Em roda de conversa , OAB-GO, Casag e ESA abordam desafios profissionais e celebram conquistas históricas das mulheres  

Publicado em 8.03.2022 às 14:37

Encorajar e fortalecer as redes de apoio entre mulheres, refletir sobre os desafios profissionais, os caminhos para combater a violência de gênero e a ampliação da participação feminina nos espaços de poder e decisão. Esses foram os motes do primeiro evento do Dia Internacional da Mulher realizado em conjunto pela Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), Caixa de Assistência dos Advogados de Goiás (CASAG) e Escola Superior de Advocacia (ESA-GO), nessa terça-feira (8/3), no Centro de Excelência.

Com a participação da secretária-geral da OAB-GO Talita Hayasaki, da secretária-geral adjunta da OAB-GO, Fernanda Terra, da secretária-geral da CASAG Daniella Kafuri, da secretária-geral adjunta da CASAG Wanessa Pinheiro, da diretora-presidente da ESA-GO Antônia Chaveiro, da presidente da Comissão da Mulher Advogada (CMA) Fabíola Ariadne e da procuradora-geral do Estado de Goiás, Juliana Diniz Prudente, o evento promoveu uma roda de conversa e troca de experiências com reflexões sobre os significados da data e os desafios que ainda impedem a efetiva igualdade de gênero.

Ao longo do dia, as presidências da OAB-GO e da CASAG passam a ser conduzidas pelas respectivas secretárias-gerais Talita Hayasaki e Daniella Kafuri.

Como provocação inicial, a presidente da CMA, Fabíola Ariadne, trouxe um apanhado histórico dos avanços legislativos para os direitos das mulheres, desde a mudança no Código Eleitoral, em 1932, que possibilitou o voto feminino, até a alteração no Código Penal, em 2018, que tipificou como crimes a importunação sexual e a divulgação de cenas de estupro de vulnerável, cena de sexo ou pornografia. Fabíola abordou o significado do dia 8 de março e o papel da luta feminista. 

“Feminismo é ter o espaço e desempenhar o papel que você quiser. O objetivo é construir uma sociedade com real igualdade de condições entre homens e mulheres. As diversas vertentes do feminismo têm muitas pautas a enfrentar. Uma das lutas ainda a ser travada é a discussão sobre o trabalho doméstico remunerado”, destacou Fabíola.

A secretária-geral da CASAG, Daniella Kafuri, completou que o dia é uma oportunidade de reflexão mais profunda e de promover o reconhecimento da história de luta de todas as mulheres ao longo do tempo. “Prestamos homenagem às mulheres que lutaram antes de nós, que trilharam um caminho e hoje nos possibilitaram o direito de escolha”. Ela recordou a trajetória da mãe contra a ditadura (1964-1985) e na campanha pelas Diretas Já.

A procuradora-geral do Estado, Juliana Prudente, ressaltou que um dos desafios atuais está em dar efetividade aos dispositivos legais vigentes a partir da presença e participação ampla das mulheres nos espaços de poder e no Judiciário. “Temos que refletir em meios para trazer maior participação em todas instituições e Poderes, para que consigamos dar proteção e não tenhamos a percepção que os dispositivos não funcionam na prática”, considerou.

Papéis sociais

Em outro momento, o debate girou em torno dos papéis sociais que as mulheres desempenham, as desigualdades no ambiente de trabalho e os desafios para conciliar todas as atividades. 

A secretária-geral adjunta da OAB-GO, Fernanda Terra, pontuou que os espaços precisam ser construídos de modo que a mulher não precise ser obrigada a optar entre a construção de uma carreira e a vida pessoal e familiar. “O sistema está colocado de forma que nós temos que decidir entre trabalho e casa e nós não precisamos fazer essa escolha. Nós precisamos fazer os espaços para que a mulher possa ser incluída. É um dos primeiros gargalos que enfrentamos hoje”. 

A secretária-geral da OAB-GO, Talita Hayasaki, frisou que a realidade de trabalho na advocacia privada para as mulheres não começa no mesmo patamar que para os homens. Para ela, os primeiros passos para uma sociedade igualitária parte da educação de meninos, como aliados. “Acredito muito que a criação de uma cultura de igualdade deve começar em casa. Além disso, precisamos expandir a rede de apoio entre as mulheres. Não se sustenta mais um discurso de rivalidade”. 

A transformação para uma cultura com menos violência de gênero também passa pela presença das mulheres em todos os âmbitos, disse a diretora-presidente da ESA-GO, Antônia Chaveiro. “Somos formadas por uma tessitura diferente. Temos capacidade extraordinária de fazer, observar, avaliar e produzir. Precisamos ser muito respeitadas”. A secretária adjunta da CASAG, Wanessa Pinheiro, também enfatizou que, atualmente, “ocupamos espaços importantes e lugares inéditos na Ordem”. 

O presidente da OAB-GO Rafael Lara Martins destacou os avanços na paridade no âmbito da Ordem. “Temos efetivo avanço na pauta das mulheres. O maior número de mulheres em 90 anos de história, na diretoria da OAB-GO e da CASAG. No TED, temos a primeira mulher presidente. Criamos a Ouvidoria da Mulher no âmbito da Ouvidoria da OAB”. 

O presidente da CASAG Jacó Coelho homenageou todas as mulheres. “Destaco a importância de vocês como profissionais competentes e em todas as funções que desempenham. Sou quem sou por conta das mulheres que tenho na minha vida”, afirmou.(Fonte OAB-GO)

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