• Estudantes da UFG são selecionados para a final da HackBrazil 2022

    Publicado em 10.03.2022 às 17:32

    Os discentes do curso de Biotecnologia da Universidade Federal de Goiás (UFG), Paula Correa, Eduarda Dias e Arthur Alves, foram selecionados para a etapa final da competição HackBrazil 2022. O evento vai ocorrer nos dias 9 e 10 de abril deste ano na cidade de Boston, Massachusetts, Estados Unidos. A equipe da UFG representa a startup E-co Tech, criada e administrada justamente pelos três discentes, que trabalham com um biossensor capaz de detectar bactérias presentes na água, que está incubada no Centro de Empreendedorismo e Incubação da UFG (CEI UFG).

    “A ideia do nosso biossensor veio após a leitura de artigos da literatura [acadêmica] e do pensamento de uma maneira mais prática de realizar análise de água, que normalmente é feita em laboratório, demora 24 horas e precisa de toda uma estrutura especializada. Por isso, pensamos em um teste que é portátil e muito prático”, relata Paula Correa.

    O teste desenvolvido é uma fita de papel que deve ser mergulhada na amostra de água a ser analisada. Após isso, ela interage com as substâncias da bactéria indicadora de contaminação e muda de cor se a água estiver comprometida. Dessa forma, é possível saber se a amostra é ou não de água potável. A expectativa da equipe da E-co Tech é que ainda em 2022 consigam lançar o Minimum Viable Product (MVP, ou Produto Mínimo Viável em português).

    Teste produto para HackBrazil 2022
    Teste em execução

    A competição

    A HackBrazil é uma competição nacional que tem o objetivo de desenvolver startups que consigam resolver problemas diversos que afligem a população brasileira. Eduarda Dias explica que a HackBrazil é um “braço” da Brazil Conference, que é um evento organizado anualmente por estudantes brasileiros que estão no Massachusetts Institute of Technology (MIT) e em Harvard, que são universidades situadas nos arredores de Boston.

    A trajetória da E-co Tech na competição se iniciou em 2021 após ser selecionada entre duzentas equipes para compor os vinte e cinco projetos participantes da “Fase Maker”, que é uma etapa de amadurecimento dos modelos de negócios, recebendo mentorias diretas. A fase que a startup está agora, juntamente com outras quatro empresas, é a final da competição, na qual estão concorrendo a um prêmio de setenta e cinco mil reais para investir no desenvolvimento dos produtos.

    “Já que a seletiva da HackBrazil foi muito criteriosa e também por sabermos da importância que Boston possui no contexto da inovação e da tecnologia, a sensação que temos é que estamos no caminho certo. A gratidão também é um sentimento muito forte em nós porque sabemos que não chegamos aqui sozinhos. Vemos o impacto do conhecimento que o curso de Biotecnologia foi capaz de nos oferecer, além das oportunidades que a UFG em si nos deu com as parcerias do Centro de Empreendedorismo e Incubação (CEI) e do Laboratório de Espectroanalítica, Eletroanalítica e Sensores (LEES) que é coordenado pela professora Lívia Flório Sgobbi. Há também diversos professores que acreditam no potencial da E-co Tech e no que nós somos capazes de fazer, como o professor José Clecildo e a professora Lilian Carneiro”, declara Eduarda Dias.

    Origens

    O nome E-co Tech vem da bactéria que é a indicadora de contaminação, a Escherichia coli, que a abreviatura é E. coli. Já a startup em si, surgiu no âmbito da Empresa Júnior (EJ) ByTecnology do curso de Biotecnologia. Em conjunto, Paula Correa, Eduarda Dias e Arthur Alves, perceberam problemas na análise de água, e pensaram em uma solução.

    “Inscrevemos essa ideia na 7ª Olimpíada de Empreendedorismo da UFG e ficamos em segundo lugar. A partir daí, conseguimos oportunidades para incubar a nossa empresa no CEI UFG [Centro de Empreendedorismo e Incubação da UFG]. Também conseguimos formar uma parceria com o Laboratório Laser do Instituto de Química para desenvolver o nosso produto”, acrescenta Paula Correa.

    Futuro

    Arthur Alves enfatiza que o diferencial da E-co Tech se encontra no foco em testagens microbiológicas rápidas, pois o mercado atual demanda muito tempo e uma infraestrutura que dificulta que essas análises sejam feitas em locais remotos. Assim, em parceria com a UFG, a startup promove inovação e desenvolvimento, com o objetivo de impactar o mercado e a sociedade.

    “Nós possuímos a missão de democratizar o acesso às análises para a população brasileira e no futuro queremos contar com um portfólio ainda maior de tecnologias que permita a avaliação de diferentes amostras, tanto alimentos sólidos, como laticínios, bebidas e também diferentes microrganismos deteriorantes e contaminantes. Assim, vamos poder impulsionar a inovação, gestão da qualidade e empreendedorismo aqui no estado de Goiás”, afirma Arthur Alves.

    Fonte: Secom/UFG