• ‘Imprensa deveria rever sua cobertura da Lava Jato’, afirma Reinaldo Azevedo 

    Publicado em 29.04.2022 às 14:45

    O jornalista Reinaldo Azevedo afirma, em sua coluna na Folha de S. Paulo, que a decisão histórica do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações (ONU)acerca do lawfare praticado contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deveria levar a imprensa a rever a cobertura que fez sobre a Lava Jato. 
    “Muitos, no Brasil, estão zangados com o comitê, especialmente o ‘Colunismo de Acusação’, que atuou como uma espécie de anexo da força-tarefa, indiferente à evidência de que, numa democracia, a correção de qualquer mal, também o da corrupção, tem de se dar segundo regras”, destaca Azevedo.
    “Para Lula, a decisão tem peso moral, não jurídico. E certamente será tratada, e com toda razão, na campanha eleitoral. Segundo o comitê, ao ser impedido de se candidatar, em 2018, o petista teve ainda solapados os seus direitos políticos”, afirma o colunista. “A verdade é que se confundiu por aqui, ao longo de quase seis anos, o exercício da oposição com o da persecução penal”, diz mais à frente. 
    Para Azevedo, “o fato é que o comitê da ONU atua como um olhar externo, neutro desde a partida, sobre o processo. Por aqui, infelizmente, a guerra ideológica e as batalhas políticas turvaram o juízo “de muita gente”. 
    Ainda segundo ele, “os veículos profissionais de comunicação deveriam organizar seminários para rever seus respectivos procedimentos durante a Lava Jato. De cara, uma pergunta teria de ser respondida: ‘Por que jamais se investigaram os investigadores que falavam em nome da pretensão punitiva do Estado?’. Já ali havia, e isto me parece inequívoco, uma adesão a um lado da contenda e uma quebra da necessária imparcialidade”.(Brasil 247)