• “Decreto assinado por mim prevalece em Goiás”, diz Caiado sobre coronavírus

    Publicado em 25.03.2020 às 12:17

    O governador Ronaldo Caiado afirmou nesta quarta-feira (25/3) que os decretos que assinou até aqui determinando medidas de prevenção ao novo coronavírus continuarão valendo em Goiás. O posicionamento do governador é uma resposta ao pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro, que criticou medidas de isolamento determinadas por governadores. 

    “Decisões do presidente da República, no que se diz respeito à área de saúde, não alcançam o Estado de Goiás. As decisões de Goiás serão tomadas por mim”, garantiu Caiado, que também é médico. Segundo ele, as medidas de prevenção estão focadas exclusivamente na vida das pessoas, e serão tomadas de acordo com orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da equipe técnica da saúde. 

    Caiado criticou o tom que Bolsonaro adotou no pronunciamento, chamando o novo coronavírus de “gripezinha” e defendendo a tese de que a economia do Brasil não pode parar em virtude da pandemia. “Querer colocar na balança o que é mais importante: a vida ou a sobrevivência da economia? Podemos fazer as duas coisas, uma não é excludente da outra”, rebateu. 

    O governador também argumentou que o momento exige coragem e seriedade de estadistas. “Cabe ao líder ter condições de liderar o seu povo. Todos sabemos que diante de uma crise, teremos dificuldades econômicas e sociais. Não resolve jogar responsabilidade sobre governadores”, disse.

    “A responsabilidade [em Goiás] é minha, eu assumo. Saberei sim governar Goiás com decisões tomadas para proteger a vida do meu povo e também a segurança alimentar da minha população”, completou Caiado. 

    O posicionamento do governador indica um rompimento político entre ele e Bolsonaro. “Fui aliado de primeira hora, durante todo tempo, mas não posso admitir que venha agora lavar as mãos e responsabilizar outras pessoas por um colapso econômico ou uma falência de empregos que amanhã venha a acontecer. Estadista tem que ter a coragem de assumir as dificuldades no momento que passa”, criticou. (Com informações de Mônica Parreira, A Redação)