Acolhido em Garanhuns (PE), Lula conclama povo a reconstruir o Brasil
Acolhidos carinhosamente por uma multidão, o ex-presidente Lula e o ex-governador Geraldo Alkcmin participaram de ato público na cidade de Garanhuns (PE), cidade gêmea de Caetés, terra natal do petista, na tarde desta quarta-feira, ao lado de lideranças locais e nacionais da frente Vamos Juntos pelo Brasil. Em discurso emocionado, Lula convidou a população nordestina a fazer uma reflexão sobre que país quer construir para o futuro. E conclamou a população a fazer parte de um projeto de transformação nacional. “Esse país precisa de vocês”, disse Lula.
“Todo ser humano, mulher ou homem, tem que ter uma causa”, discursou Lula. “Eu sou um sonhador. Quando eu ganhei a Presidência, eu queria provar que era possível tornar o nosso sonho realidade”, lembrou. “A primeira decisão foi não esquecer de que lado eu estava e quem eu representava quando cheguei à Presidência”.
“Eu pensei, o que eu quero para o Brasil?”, indagou. “Quero um país soberano, que tome conta das suas fronteiras terrestres, marítimas, da área espacial. Que cuide das suas riquezas minerais, as que estão no solo e subsolo, na água e no fundo, como o pré-sal, encontrado a quase 7 mil metros de profundidade”, explicou.
Cidadania e soberania
Lula contou que o seu plano envolvia o trabalho dos militares para cuidar dessas áreas. “Não um militar mentiroso como o Pazuello, mas de brasileiros nacionalistas que sabem que não há soberania se o povo não tiver emprego, comida, educação, cidadania”.
“É só isso. A gente quer trabalhar, ganhar um salário bom, ter uma casinha, casar e construir família, viver com o parceiro ou parceira que quiser, não ter vergonha de ser o que a gente é, ter um carrinho, um bom computador”, argumentou Lula. “Qual é o pecado que estou fazendo ao querer isso? Está na nossa Constituição”, observou.
“Como é que uma pessoa pode comer 10 pães por dia e a outra passa dez dias sem comer um pão?”, perguntou Lula. “Como é que em um país que é o maior produtor de proteína animal do mundo as pessoas vão ao açougue pegar osso, carcaça de frango, para comer?”
“Quero que vocês voltem para casa pensando que esse Brasil que querem para vocês e suas famílias é um Brasil que a gente pode construir, e nós já construímos”, anunciou o ex-presidente elencando as conquistas sociais de seus governos, como a geração de 22 milhões de empregos, o fim da miséria com a retirada de 36 milhões da extrema pobreza e a realização do sonho da casa própria para milhões de famílias com o Minha Casa, Minha Vida.
Preconceito contra o Nordeste
Lula afirmou que o preconceito da elite contra o Nordeste o motivou a olhar a para a região e citou o desenvolvimento de Pernambuco como um êxito do trabalho nas suas gestões.
“Voltaremos a fazer o Minha Casa, Minha Vida, mas cada um vai poder pintar da cor que quiser”, declarou em referência ao desmilinguido programa do desgoverno Bolsonaro. “Esse país não é de um cor só, é multicolorido”, festejou Lula.
“Esse país vai voltar a crescer, o BNDES vai voltar a financiar emprego e desenvolvimento, com o Banco do Brasil, a Caixa Econômica vai financiar habitação e saneamento básico, vamos recuperar o BNB (Banco do Nordeste) e o Base (Banco da Amzônia), a Petrobras terá preços abrasileirados”, assegurou.