• Lula: “Sei da importância do agronegócio para a economia brasileira”

    Publicado em 22.09.2022 às 11:21

    Em entrevista ao Canal Rural, transmitida nesta quarta-feira (21), Lula garantiu que, se for eleito presidente no próximo mês, vai estabelecer uma relação de diálogo e apoio ao agronegócio, por saber da importância do setor para a economia brasileira.

    “Vou tratar o agronegócio como sempre tratei: com respeito, sabendo da importância dele para a economia brasileira, para o desenvolvimento do país”, disse. “A agricultura é um valor para este país, é um bem do Brasil”, completou.

    Ele lembrou que o agronegócio foi um dos setores que mais recebeu apoio durante seus dois mandatos. Seja por meio de apoio financeiro, como ocorreu com a MP 452, que reservou R$ 75 bilhões para assegurar dívidas dos produtores na crise de 2008, seja pela abertura de mercados no exterior.

    “Tenho orgulho de ter levado muita gente do agronegócio brasileiro para outros países. (…) Quando eu cheguei na Presidência, nosso fluxo entre importação e exportação era só de US$ 100 bilhões. Quando saí, era de US$ 482 bilhões”, lembrou.

    Propostas

    Para Lula, um agronegócio forte é tão crucial para a economia brasileira quanto a reindustrialização. “O Brasil precisa de uma agricultura forte e de uma indústria forte”, defendeu.

    Em sua avaliação, o Brasil tem muito mercado à sua disposição, que vai além da Europa e da China. “Tem toda a América do Sul, o continente africano, o Oriente Médio. O que o Brasil precisa é se abrir para o mundo novamente, como nós fizemos.”  

    O Brasil é imbatível em termos de terras agricultáveis, lembrou Lula, e só precisa estar atento às exigências do mercado internacional, que valoriza cada vez mais a agricultura de baixo carbono, que não desmata e não utiliza agrotóxicos danosos à saúde. 

    “Só precisamos fazer as coisas corretas. Porque se fizer uma agricultura desrespeitando as regras internacionais, o Brasil se prejudica”, analisou.

    O que não significa aceitar qualquer condição imposta por mercados como o europeu, ressaltou, após ser perguntado sobre uma nova legislação do continente que pode ir de encontro ao Código Florestal brasileiro.

    “É um processo de negociação. Eu posso te garantir uma coisa; se eu ganhar as eleições, nos primeiros seis meses depois da posse, nós vamos concluir o acordo com a União Europeia. Mas um acordo que leve em conta as necessidades do Brasil.”