• Gestão do capital humano no centro de estratégias ESG

    Publicado em 12.11.2022 às 05:36

    Muito mais que uma sigla, o ESG – acrônimo do inglês Environmental, Social and Governance – é uma tendência que veio para ficar e cada vez mais impactar na competitividade dos negócios. Para debater o tema e como empresas têm buscado implementar ações de governança ambiental, social e corporativa, o 1º Congresso da Indústria Goiana incluiu na programação segunda-feira (07/11) o painel ESG na Prática, com participação de executivos da Jalles Machado, ArcelorMittal e Anglo American Brasil. A tônica comum nos cases apresentados foi a valorização do capital humano no centro das estratégias.

    “Queremos que a comunidade cresça com a gente. Nossa estratégia genuína é proporcionar o senso de pertencimento em todas as ações que desenvolvemos junto à comunidade e buscamos a diversidade e inclusão em nosso corpo de colaboradores, além de incentivarmos o desenvolvimento de fornecedores da região onde atuamos”, explicou Bernardo Enne, gerente geral de Sustentabilidade e Relações Institucionais da ArcelorMittal, líder mundial na produção de aço e um dos maiores em mineração, com plantas industriais em seis Estados brasileiros.

    Segundo o executivo, o talento humano é o principal ator de todas as estratégias da empresa. “As comunidades provêm mão de obra, os empregados aumentam a competitividade do negócio, o reconhecimento das pessoas proporciona o sentimento de pertencimento e a sustentabilidade é construída pelo capital humano, interno e externamente nas empresas.”

    O coordenador de Meio Ambiente da Anglo American Brasil, José Borges, reforçou a mesma mensagem ao afirmar que, no centro do Plano de Mineração Sustentável da empresa, estão as maneiras de se melhorar a vida das pessoas, desde empregados e comunidades onde operam até clientes e fornecedores. “Sabemos que não podemos fazer isso sozinhos e firmamos parcerias para executar essas ações.”

    O gerente de Compliance e Sustentabilidade da Jalles Machado, Ivan Zanatta, destacou a agenda social da Matriz de Materialidade adotada pela empresa referência no setor sucroenergético, instalada em Goianésia e parceira do Senai em várias ações de formação profissional e desenvolvimento de soluções tecnológicas para o setor. A gestão do capital humano norteia os projetos da Jalles Machado que visam à saúde, segurança e bem-estar dos colaboradores; ao engajamento e relacionamento com as partes interessadas; e ao desenvolvimento de comunidades e investimento social.

    “A empresa sempre teve em seu DNA a entrega desses valores. Não visamos ao lucro por lucro. Estamos passando por um apagão de mão de obra e temos como prioridade a gestão do capital humano”, sustentou Zanatta, ao explicar que a agenda social da empresa prioriza a formação de crianças e jovens, com ações nas áreas de educação, esporte e cultura.


    Transversalidade vai pautar trabalho no futuro

    De olho nas competências necessárias para atender à crescente demanda do mercado de trabalho, o 1º Congresso da Indústria Goiana recebeu segunda-feira (07/11) o head de Inovação da Ayoo, Luiz Candreva, que ministrou a palestra magna Profissional do Futuro.

    Para ele, a transversalidade será a qualidade que mais irá pautar o trabalho no futuro. “As experiências cruzadas serão fundamentais. Quais habilidades você já tem e quais você pode desenvolver para criar soluções às dores que as empresas, consumidores e sociedade possuem?”, questionou Candreva.

    De acordo com o especialista, desenhar os cenários futuros possíveis, prováveis e desejáveis faz com que profissionais e empresas se preparem para o futuro. Nesse sentido, ele listou seis lições que devem nortear essa jornada.

    Entender que o futuro não comporta juízo de valor (1), que o futuro é disperso e distribuído (2), que não se pode julgar o futuro com os olhos do presente (3), que o futuro chega de forma heterogênea (4), que os profissionais do futuro são resolvedores de problemas complexos (5) e que o futuro é ação no presente com aprendizados do passado (6).

    “O profissional que consegue isso tem muito valor. Precisamos nos desfazer de vieses que nos impedem de ver o futuro. Qual é o não óbvio da indústria que você atua? Você precisa se antecipar a isso para ser disruptivo, inovar e se preparar para o futuro”, afirmou Candreva, que encorajou empresários a entender que o custo não é impeditivo para o concorrente, assim é preciso reservar parte da receita para novos projetos que estão na essência do negócio.

    MAPA DO TRABALHO – O estudo conduzido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que Goiás precisará qualificar mais de 300 mil trabalhadores em ocupações industriais nos próximos quatro anos. Os números foram analisados terça-feira (08/11) no 1º Congresso da Indústria Goiana pela especialista em Desenvolvimento Industrial e líder no desenvolvimento do Mapa do Trabalho Industrial, Anaely Machado.

    De acordo com dados do estudo, até 2025 será preciso formar 64 mil trabalhadores com formação inicial e aperfeiçoar outros 250 mil para atuar em ocupações industriais. Esses trabalhadores deverão ocupar novas oportunidades que surgem com o crescimento do emprego e a substituição de inativos, sobretudo com capacidade para lidar com as mudanças organizacionais e tecnológicas.

    As ocupações transversais, construção e metalmecânica terão destaque entre as dez áreas com maior demanda por formação inicial. Automação e mecatrônica e meio ambiente puxam a maior taxa de crescimento do emprego, em resposta aos avanços tecnológicos e da economia verde. Já logística e transporte criarão o maior número de vagas até 2025, no Brasil e em Goiás.

    A especialista da CNI alertou que a formação não deve buscar apenas a inserção no mercado de trabalho. “O aprendizado precisa ser contínuo ao longo da vida do trabalhador”, observou Anaely.