Estudo Fieg: raio X das cadeias agroindustriais indica “ponto de partida para desenvolvimento”
“Não é linha de chegada, mas ponto de partida para criar projeto de desenvolvimento econômico e social para Goiás”, resumiu o vice-presidente da Fieg André Rocha, que também é representante do setor sucroenergético, sobre o Estudo das Cadeias Produtivas Goianas, cujos dados foram apresentados no workshop Estratégias ao Desenvolvimento da Agroindústria em Goiás. O encontro, realizado na Fieg entre os dias 14 e 16 de fevereiro, foi coordenado pelo presidente do Conselho Temático da Agroindústria (CTA)da Fieg, Marduk Duarte, e contou com participação do diretor-superintendente do Sebrae Goiás, Antônio Carlos de Souza Lima Neto; do professor da Universidade Federal de Goiás (UFG) e coordenador do estudo, Waldemiro Neto, e de presidentes de sindicatos das indústrias, lideranças empresariais e do governo estadual e profissionais do setor.
A iniciativa, que conta com parceria estratégica do Sebrae e execução da UFG, identificou os principais desafios das agroindústrias para fortalecimento dos pequenos negócios goianos e industrialização de commodities no Estado em cinco áreas estratégicas: grãos (milho, soja e algodão-fibras), carnes (avicultura, bovino e suínos), sucroenergética, silvicultura e cadeia de lácteos. O status atual do projeto está na fase de levantamento de sugestões de cada um dos segmentos-objeto da pesquisa no que tange a propostas para incremento dos setores, considerando os dados do estudo. O objetivo da discussão é a construção de uma agenda de políticas públicas e investimentos para crescimento sustentado e desenvolvimento do Estado.
PROTAGONISTAS – “Os resultados apontaram o protagonismo da indústria de alimentos e de agroenergia no Estado. Os montantes de fluxos das transações das CNAEs ligadas ao setor de alimentos, por exemplo, chegaram a R$ 481 bilhões no quadriênio 2018-2021. O estudo ainda faz proposições de políticas públicas e ações privadas para desenvolvimento das cadeias agroindustriais”, afirmou o coordenador do levantamento, professor Waldemiro Neto.
Considerado um dos pilares da agroindústria em Goiás, o setor sucroenergético integra tanto a cadeia de alimentos, com produção de açúcar, quanto de agroenergia, com produção de etanol. O segmento é o mais expressivo em números de produção e geração de empregos em Goiás e vive expectativa pela retomada de linhas de crédito para maior fomento da atividade.
“Iniciamos 2023 com anúncio de retomada das operações de crédito para programas agropecuários pelo BNDES. Os recursos aportados foram insuficientes e acreditamos que essas linhas sejam retomadas com mais dinheiro para fomento do setor. No entanto, o grande problema é a taxa de juros para que não caia no mesmo problema do FCO Empresarial. Precisamos de taxas competitivas, que permitam o crescimento da indústria, a exemplo do que ocorre no rural”, avaliou André Rocha, como parte de propostas para agenda de políticas públicas voltadas ao incremento do setor.
O vice-presidente da Fieg elogiou o trabalho desenvolvido pela UFG, considerando o estudo um raio X da ‘mola propulsora de crescimento’ do Estado. “Nunca tivemos tanto acesso a dados. O detalhe é saber como usar essa informação de forma estratégica, mapeando oportunidades. Goiás perdeu um pouco do protagonismo nos últimos anos e precisamos recuperar essa dianteira na atração de investimentos. Não tem como defender a indústria, sem defender toda a cadeia e o crescimento passa não só pela parte tributária, mas pelo aumento do PIB per capita, melhorando o poder de compra das pessoas”, sustentou.
LEGADO – A opinião é compartilhada pelo presidente do CTA, Marduk Duarte, que defende que o estudo é um legado para todos os setores. “Cumprimos com o propósito da iniciativa, que foi promover um amplo levantamento do campo à mesa dos goianos, do agricultor à indústria. Trata-se de um estudo vivo, que terá alimentação de dados e informações permanentes para mapeamento das oportunidades e gargalos”, afirmou.
O diretor-superintendente do Sebrae Goiás, Antônio Carlos de Souza Lima Neto, destacou que o levantamento aponta as vantagens competitivas de Goiás como meio de direcionar propostas ao crescimento. “Não é publicação para ficar na estante, mas para trazer investimentos de forma mensurada ao Estado.”
A agenda discutida e as propostas apontadas no workshop Estratégias ao Desenvolvimento da Agroindústria em Goiá vão integrar a edição final do levantamento Estudo das Cadeias Produtivas Goianas, que tem divulgação programada para o mês de março. Empresários e profissionais de setores interessados no levantamento e para cooperação técnica podem entrar em contato com o assessor executivo do CTA-Fieg, Heverton Eustáquio, por telefone – (62) 3501-0015 – ou e-mail, [email protected].