• 2 em cada 5 lojas do comércio em Goiânia estão fechadas, aponta entidade

    Publicado em 11.05.2023 às 06:41

    Duas em cada cinco lojas do comércio de rua em Goiânia não suportaram a pandemia e fecharam as portas. É o que constatou o Sindilojas-GO (Sindicato do Comércio Varejista no Estado de Goiás) em levantamento realizado em fevereiro deste ano.

    De 4.532 pontos comerciais encontrados em grandes avenidas como a Anhanguera, Araguaia, Tocantins, Rua 74, Mutirão, Independência, Rio Verde, Assis Chateaubriand, 24 de Outubro e Bernardo Sayão, o Sindilojas-GO detectou que 45% delas (2.043 lojas) encerraram as atividades.

    O levantamento mostra que apenas 55% dos pontos comerciais existentes nestes e em mais 20 polos do varejo na capital estão em funcionamento (corresponde a 2.489 lojas de rua). O presidente do Sindilojas-GO, Cristiano Caixeta, considera o cenário alarmante.

    “Quando o comércio de rua enfraquece, a economia da cidade também esmorece. Não são só CNPJ’s que deixam de existir, mas milhares de empregos, renda de muitas famílias e arrecadação tributária, prejudicando os investimentos feitos com os impostos arrecadados”, analisa Cristiano.

    Certificado pelo economista Aurélio Troncoso, o levantamento tem nível de significância de 98% e margem de erro de 2%. O Sindilojas-GO calcula que, considerando o fechamento de 4.543 lojas (incluindo nesse total mais 2,5 mil pontos comerciais na região da 44), a economia de Goiânia deixa de movimentar anualmente R$ 2,1 bilhões, fechando 15 mil postos de trabalho.

    Ainda nos cálculos de Aurélio Troncoso, o fechamento dessas 4.543 lojas leva a uma perda de arrecadação tributária de R$ 147,8 milhões por ano, para o Estado e para a Prefeitura de Goiânia.

    Motivações para fechamento das lojas

    Para o presidente do Sindilojas-GO, parcela significativa das lojas físicas pode ter migrado para o e-commerce para diminuir custos operacionais com aluguéis, contas de água e energia elétrica e impostos como o IPTU. Cristiano Caixeta acrescenta: “a concorrência com os trabalhadores informais, que não recolhem impostos, também inviabiliza a sustentabilidade das lojas”.

    Segundo ele, alta carga tributária, o endividamento das famílias e das empresas, crise de confiança dos bancos na liberação de linhas de crédito, elevadas taxas de juros, inflação e crescimento da inadimplência também prejudicam a sobrevida das lojas do varejo.

    “Os governantes precisam criar meios de socorrer o setor produtivo, que tanto contribui para a empregabilidade em Goiás e no Brasil. Uma alternativa seria abrir crédito subsidiado através do BNDES, como foi feito na pandemia; já é um alento para as micros, pequenas e médias empresas”, argumenta o presidente Cristiano Caixeta.