• Deputados estaduais manifestam opiniões divergentes sobre adiamento das eleições municipais

    Publicado em 4.04.2020 às 09:29

    Mais de 15 deputados estaduais estão sendo cotados para se candidatar a prefeito nas eleições municipais de outubro. Porém, a realização do pleito está ameaçada por causa da pandemia do novo coronavírus. Sobre essa possibilidade, a Agência de Notícias ouviu os deputados Delegadp Eduardo Prado (PV), Delegada Adriana Accorsi (PT) e Virmondes Cruvinel (Cidadania).  As opiniões são divergentes.

    Para Eduardo Prado, o adiamento é inevitável, pois, segundo ele, a pandemia está provocando alterações em todo o processo eleitoral, desde a formação de chapas até as reuniões políticas e filiações. Ele lembra que até a entrega da declaração do Imposto de Renda e o pagamento de tributos estão sendo adiados, por isto não vê outra alternativa senão o adiamento.

    “Não há como não prorrogar, pois, segundo as informações do Ministério da Saúde, o ápice da pandemia vai ocorrer ainda no final de abril e no mês de maio”, frisa.

    O parlamentar lembre que o processo eleitoral ocorre pelo contato dos candidatos com a sociedade, o que, nas atuais circunstâncias, não será possível. Ressalta ainda que o adiamento vai garantir eleições mais democrática, pois muitos candidatos não contam com a estrutura necessária para fazer uma pré-campanha apenas por comunicação on-line.

    Já o deputado Virmondes Cruvinel afirma que, num primeiro momento, seu posicionamento é contrário ao adiamento. “Na minha opinião, deve acontecer no período normal, que é outubro. Teremos um período razoável para saber como vai ser a evolução da pandemia até a realização das convenções, em julho”, explica.

    Virmondes Cruvinel ressalta que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), oficialmente, não pode fazer nada porque o adiamento exige uma alteração da parte constitucional. Segundo ele, o Tribunal tem dito que, diante de uma calamidade, pode-se provocar o Congresso para fazer alteração da data, mas isto exige a aprovação de emenda constitucional e a alteração da lei das eleições. “Se a quarentena for prorrogada, na minha opinião, existe a possibilidade do adiamento, mas ainda para esse ano, possivelmente, no mês de dezembro”, afirma.

    Para a deputada Adriana Acorssi, o tema no momento é secundário. Para ela, nesse momento, o grande debate deve ser prioritariamente sobre a pandemia, seu enfrentamento e a proteção à população, sobretudo os mais vulneráveis. Ela afirma que, provavelmente será necessário o adiamento, mas ainda é cedo para decidir. “Talvez em junho já tenhamos dados mais precisos para tomar essa decisão. Por enquanto, é preciso garantir renda mínima para não haver fome e assegurar que trabalhadores não sejam demitidos. É preciso garantir equipamentos e condições para os profissionais da saúde consegam cumprir sua missão de salvar vidas”, enfatiza.

    Adriana aproveita para afirmar que apoia totalmente as medidas de isolamento que o Governo tem adotado. “Toda população deve seguir, pois é a orientação dos cientistas e médicos”, completa.