Há menos de uma semana da terceira cirurgia cardíaca, a paciente R.S, de 23 anos, recebeu a visita da Luziânia, uma égua do Regimento Montado da Polícia Militar do Estado de Goiás que participa das sessões de equoterapia no Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia – Iris Rezende Machado (HMAP) desde outubro de 2022. Para a jovem, foi uma experiência transformadora. “Nunca imaginei que eu iria andar pela primeira vez a cavalo estando em um hospital”, se emociona.

A equoterapia é uma abordagem baseada na interação com cavalos. Pode complementar a fisioterapia, trabalhando fortalecimento muscular, coordenação motora e postura. Nem todos os pacientes conseguem subir no animal, mas a simples presença dele já é capaz de trazer benefícios. “Tocar em um animal como esse ou até mesmo alimentá-lo traz estímulos sensoriais importantes. Além disso, é um momento de desestressar, de brincar, de abstrair um pouco do ambiente hospitalar”, explica Gean Carlos Alves, coordenador multiprofissional do HMAP.

Gean explica que o paciente passa, inicialmente, por uma avaliação com equipe multiprofissional que envolve a fisioterapia, terapia ocupacional e psicologia. “Depois dessa triagem inicial, é feita uma nova avaliação, desta vez pela equipe do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar, para identificar se o paciente tem algum bloqueio por restrição, por precaução de contato ou precaução por aerossóis”, esclarece. Se não houver nenhuma barreira de segurança, é liberado para participar da visita.

A alternativa terapêutica é mais uma iniciativa de humanização proporcionada no HMAP desde o início da gestão da unidade pelo Einstein. De outubro de 2022 até setembro de 2024, cerca de 500 pacientes internados já foram beneficiados pela ação. A equoterapia começou a ser desenvolvida na década de 1960, mas ganhou maior reconhecimento e estrutura nos anos 1970. O uso de cavalos como parte de terapias foi inicialmente promovido na Europa, especialmente na França e na Alemanha. Desde então, se espalhou e foi adaptada em muitos países, incluindo o Brasil.

Sobre o HMAP
O Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia – Iris Rezende Machado (HMAP) foi inaugurado em dezembro de 2018 e é o maior hospital do Estado feito por uma prefeitura. Administrado pelo Einstein desde junho de 2022, foi construído numa área superior a 17 mil metros quadrados, onde atua com mais de 1.100 colaboradores para o atendimento de casos de alta complexidade, incluindo hemodinâmica e cirurgia bariátrica, além de várias especialidades cirúrgicas e diagnósticas. A estrutura contempla 10 salas de cirurgia e 235 leitos operacionais, sendo 10 de UTI pediátrica, 39 de UTI adulto, 31 de enfermaria pediátrica, e 155 leitos de clínica médica/cirúrgica.

Trata-se da primeira operação de hospital público feita pelo Einstein fora da cidade de São Paulo. Nos primeiros seis meses de gestão, as filas de UTI da unidade foram reduzidas consideravelmente e a capacidade de atendimento dos leitos, dobrada. Já as longas filas de espera para cirurgias eletivas foram diminuídas em menos de um ano, feito alcançado graças a iniciativas como mutirões cirúrgicos, que priorizaram demandas urgentes. Nos primeiros seis meses de gestão Einstein, o tempo de permanência dos pacientes no hospital também foi reduzido de 9,5 para 5 dias. Em relação à mortalidade, em junho de 2022 a taxa era de 15,33% e, seis meses depois, de 3,6%.