Prefeitura de Goiânia realiza edição especial da exposição “Mauricinho Hippie – Entre arte e vida, ser ou não ser”
A Prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Cultura (Secult), realiza nos dias 13, 14 e 15 de novembro, no Museu Frei Confaloni, uma edição especial da exposição “Mauricinho Hippie – Entre arte e vida, ser ou não ser”, em homenagem ao ícone da cultura goianiense. Mauricinho, como era mais conhecido, morreu neste domingo (10/11).
A exposição, com obras do artista, será aberta ao público de forma gratuita, das 8h às 12h, e das 13h às 17h, nos três dias do evento. O museu está localizado na Antiga Estação Ferroviária de Goiânia, no Centro.
A primeira exposição sobre o artista, com o mesmo tema, promovida pela Secult, ocorreu em setembro de 2023, com a presença dele.
Assim como na mostra anterior, os visitantes poderão conferir fotos, quadros e objetos pessoais do criador da Feira Hippie, uma personalidade conhecida em Goiânia, lembrada por muitos pela sua autenticidade no jeito de se comunicar, se vestir e andar pelas ruas da cidade, de forma sempre muito irreverente, em sua bicicleta cor de rosa, e sempre na companhia de seu cachorro poodle.
A curadoria da exposição é de Antônio Da Mata, diretor do Museu de Arte de Goiânia (MAG), que conheceu Mauricinho há muitos anos e passou a admirar sua história. “Sem sombra de dúvidas, um grande artista da cultura popular. Mauricio sobreviveu a tempos difíceis, enfrentou família, doenças, acidente em que perdeu um pé, e mesmo assim, sempre foi símbolo de alegria, se destacando por onde passava, principalmente na região central da cidade. Morava em uma casa rosa, tinha uma bicicleta rosa, um cachorro rosa, que sempre levava na cestinha. Por onde passava era reconhecido. Um talento nato para criar personagens. Com certeza, seu legado ficará eternizado”, afirma Da Mata.
O Mauricinho
Maurício Vicente de Oliveira, o Mauricinho, nasceu em Minas Gerais, mas chegou a Goiânia aos 9 anos de idade. Pelas ruas ele declamava poesias, fazia apresentações artísticas vestido de personagens e, principalmente, atuava em defesa dos direitos dos homossexuais, em uma época bem conservadora.
“Mauricinho “abalava” sempre que aparecia publicamente, nos idos anos 60 e 70 do século passado, em Goiânia; numa época em que os jovens, no mundo inteiro, por meio da “contracultura”, puseram em xeque a cultura ocidental de origem mediterrânea e a supremacia do homem-branco-macho-adulto-sempre-no-comando.
Em texto para o Jornal da Imprensa, publicado em 2011, intitulado “Maurício Hippie, o homem que coloriu Goiânia”, o jornalista, compositor, poeta e produtor musical Carlos Brandão traduziu parte da história do artista. “Quem teve o privilégio de ver Mauricinho em uma de suas “aparições” (até os anos de 1990, quando um acidente o força interromper sua carreira), certamente não tem dúvidas de que esteve diante de um fenômeno artístico ou de uma obra de arte. Das suas inúmeras aparições, restaram algumas imagens que dão uma pálida noção da força que nutria suas ações, embora forneçam delas um valioso registro por meio do qual Maurício Vicente de Oliveira ficará para sempre gravado na história de Goiânia como “O Mauricinho hippie” – artista e criador da feira Hippie”