28º Salão Anapolino de Arte realiza ações educativas com visita guiada para estudantes
Alunos do Colégio Estadual Américo Borges de Carvalho inauguraram, no dia 12 deste mês, a programação de ações educativas do 28º Salão Anapolino de Arte, que ocupa a Galeria Antônio Sibasolly até 28 de março.
Nesta edição, a mostra conta com trabalhos de 24 artistas – entre eles três anapolinos -, representantes de todas as regiões brasileiras. Diversas escolas e instituições de ensino como o Instituto Federal de Goiás (campus Anápolis) agendaram visitas guiadas e a previsão é que cerca mil estudantes tenham a oportunidade de conhecer e aprofundar conhecimentos sobre a arte contemporânea brasileira. O transporte das turmas é gratuito.
A mediação está a cargo do artista Joardo Filho, que conduz a visita de forma envolvente, incentivando o diálogo entre os estudantes e as obras expostas. Para Joardo, a aproximação do público jovem com o fazer artístico é essencial para ampliar a compreensão de mundo e suas percepções estéticas também.
“Fica evidente o impacto cultural na vida das crianças e adolescentes, considerando que parte delas está vivenciando essa experiência pela primeira vez”, afirma o artista. Ele acrescenta: “A arte tem o poder de nos fazer ver a realidade com outros olhos, e é fundamental que essa experiência esteja acessível a todos”.
A iniciativa de promover visitas guiadas faz parte do compromisso do Salão em democratizar o acesso à arte e aproximar a comunidade do circuito cultural local. O curador do Salão, Paulo Henrique Silva, destaca a importância de fortalecer o papel social e educativo da arte.
“Ao proporcionar essa experiência, os estudantes têm a oportunidade de dialogar com questões do mundo atual, enriquecendo seu repertório cultural e fortalecendo a presença da arte na sociedade”.
A proposta tem gerado impacto positivo entre os educadores. Para o professor Inácio Fernandes Almeida Silva, que leciona História no Colégio Estadual Américo Borges de Carvalho, a ação é fundamental para ampliar os horizontes dos alunos.
“Grande parte dos nossos estudantes são de bairros periféricos e não teriam a oportunidade de visitar uma galeria de arte por conta própria. Essa experiência permite que eles compreendam melhor o meio artístico e a história da cidade”, ressalta o docente.
O professor José Loures, do Colégio Estadual General Curado, localizado no Setor Industrial Munir Calixto, também reforça a importância da arte como ferramenta de identificação e pertencimento.
Em sua escola, onde a maioria dos estudantes são filhos de imigrantes das regiões Norte e Nordeste do Brasil, o contato com obras que retratam outras gerações de migrantes gerou conexões emocionantes.
“A arte deve estar no cotidiano das pessoas. Ela fala sobre nossa vida, nossa família, e estar em espaços públicos reforça que esse patrimônio também é nosso”, destaca Loures. E acrescenta: “a arte não é algo inacessível. Ela está ao nosso redor, e é isso que procuro mostrar a eles”.
Para Kellen Santos Chaves, professora de Arte do SESI – unidade Jundiaí, que levou três turmas do 9º ano ao Salão, a experiência foi enriquecedora e essencial para os alunos.
“As visitas guiadas oferecem uma vivência prática e palpável do que ensinamos em sala de aula, como estilos e movimentos artísticos”. Na sua avaliação, o papel do mediador é fundamental para criar diálogos e estimular reflexões, gerando novos significados e transformações.
“Além disso, acredito que incentivar a visita a museus e outros espaços dedicados à arte é essencial para que os alunos possam tirar suas próprias conclusões e compreender que o aprendizado acontece em muitos lugares, não apenas na escola”, afirma Kellen Chaves.
Para os interessados em participar, é possível realizar agendamentos via e-mail: [email protected]. As visitas guiadas continuarão até o final de março. O Salão é uma realização da Prefeitura de Anápolis e da Associação dos Amigos da Galeria Antônio Sibasolly, com apoio financeiro do Fundo Municipal de Cultura de Anápolis 2023.