Prefeitura incentiva população a buscar a rede de atenção primária de Saúde
A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) divulgou, nesta segunda-feira (19), que 41% das consultas ambulatoriais ofertadas nas unidades básicas de saúde do município em 2025 não foram realizadas devido à baixa procura pelos serviços. A população tem buscado, cada vez mais, os serviços de urgência, provocando ociosidade na rede primária.
“Nós temos registrado um volume cada vez maior de atendimentos na rede de urgência e emergência, enquanto as consultas ambulatoriais, que são aquelas com hora marcada, para acompanhar e promover a saúde e avaliar o paciente de forma integral, estão ociosas”, disse o secretário municipal de Saúde, Luiz Pellizzer.
A rede de atenção básica da capital ofertou, entre os meses de janeiro a abril deste ano, 458.460 consultas com clínico geral e médico da família, 20.200 consultas com pediatra e 20.700 consultas com ginecologista. Vale lembrar que a população pode realizar os agendamentos de maneira presencial nas unidades de saúde, pelo WhatsApp (62) 3524-6305 ou pelo 0800 646 1560 – por meio de ligações apenas pelo telefone fixo.
“As consultas oferecidas nas unidades básicas de saúde são fundamentais para diagnosticar precocemente doenças, orientar a população sobre hábitos e comportamentos que podem prejudicar a saúde, acompanhar pacientes com condições crônicas, prevenir agravamentos e reduzir a necessidade de atendimento em saúde nos níveis mais complexos”, diz o titular da SMS.
Atenção básica
Segundo estimativa do Ministério da Saúde, 85% das demandas de saúde da população podem ser resolvidas na atenção primária, sem a necessidade de ir até o pronto-socorro. “Precisamos reforçar que a porta de entrada do Sistema Único de Saúde é a atenção primária. Buscar a rede de saúde apenas quando o sintoma aparece, no momento da urgência, é prejudicial não só para o poder público, mas principalmente para o usuário, que deixa de receber o cuidado mais adequado”, explica o médico Frank Cardoso.
“Por exemplo, na atenção básica é possível identificar de forma precoce alterações na pressão arterial, ajustar a medicação, orientar o paciente sobre alimentação com menos sal e importância da atividade física, evitando uma crise hipertensiva ou um Acidente Vascular Cerebral (AVC) no futuro”, diz o médico.
“Em pediatria, é na atenção básica que todas as fases do crescimento e desenvolvimento da criança serão acompanhadas, que a saúde integral do pequeno será avaliada e que os pais serão orientados sobre que medicamentos utilizar e como proceder em caso de urgências comuns para a idade, como diarreias e doenças respiratórias”, afirma Frank Cardoso.
Gestão
Para a SMS, buscar apenas a rede de urgência e emergência traz sérios impactos para a gestão do sistema de saúde. “Nós estamos em estado de calamidade, com recursos escassos, e este tipo de comportamento aumenta os custos do sistema de saúde, aumenta a ineficiência no uso do tempo, insumos e infraestrutura além de gerar filas desnecessárias, sobrecarregar as unidades de urgência e comprometer indicadores de saúde”, detalha Luiz Pellizzer.
“Nós buscamos qualificar, fortalecer e reestruturar a rede de atenção primária, com a contratação de mais de 150 profissionais para atuar nas unidades básicas de saúde, entre médicos, enfermeiros e técnicos em enfermagem, distribuição de insumos e equipamentos e abertura de novas salas de vacina. É preciso que a população busque os serviços”, pontua o secretário.