Fieg debate oportunidades com novo regime argentino para grandes investimentos
A Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), por meio do Centro Internacional de Negócios (CIN) e do Conselho Temático de Comércio Exterior (CTComex), promoveu sexta-feira (13/06), em Goiânia, o Seminário de Oportunidades de Investimento na Argentina O evento teve como destaque a apresentação do Regime de Incentivo aos Grandes Investimentos (RIGI), instrumento lançado pelo governo argentino para atrair projetos estrangeiros com incentivos fiscais, cambiais e regulatórios.
O encontro contou com presença do embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Raimondi. Durante a apresentação, ele detalhou os pilares do RIGI e enfatizou o momento de abertura econômica vivido pelo país vizinho, diante das reformas promovidas pelo presidente Javier Milei.
“O Brasil é o principal parceiro comercial da Argentina e Goiás tem sido um Estado relevante nessa construção. Embora atuemos em setores semelhantes, temos conseguido desenvolver parcerias produtivas e complementares”, destacou Raimondi. Segundo ele, a proposta do governo argentino é reduzir o peso do Estado na economia, valorizando a iniciativa privada e criando um ambiente mais atrativo para investidores internacionais.
Incentivos e oportunidades -Criado pela Lei 27.742 e publicado em julho de 2024, o RIGI tem validade de adesão por dois anos e prevê incentivos especiais a projetos nos setores de mineração, energia, petróleo e gás, tecnologia, infraestrutura, siderurgia, turismo e indústria florestal. O investimento mínimo exigido é de US$ 200 milhões, com desembolso de ao menos 40% nos dois primeiros anos e conclusão do aporte em até três anos.
Entre os principais atrativos, estão a estabilidade regulatória por 30 anos, prorrogável para 40 anos no caso de projetos classificados como Exportação Estratégica de Longo Prazo , isenções fiscais, benefícios cambiais e liberdade para repatriação de lucros. Projetos com aporte mínimo de US$ 1 bilhão podem usufruir de vantagens adicionais, como isenção antecipada de direitos de exportação.
Para o presidente do CTComex, William O’Dwyer, o seminário representa uma oportunidade de aproximação entre o setor produtivo goiano e o novo ambiente de negócios na Argentina. “Brasil e Argentina são países coirmãos e parceiros naturais dentro do Mercosul. Precisamos aproveitar os mecanismos para ampliar a nossa atuação bilateral, explorando sinergias entre nossas economias”, afirmou.
Transparência e cooperação – Durante o seminário, o embaixador argentino também destacou que a base da diplomacia está na transparência. “Acreditamos que visões políticas distintas não devem impedir a cooperação. Nosso tempo é precioso, precisamos aproveitá-lo com ações concretas que tragam benefícios aos dois países”, reforçou Raimondi.
Além da exposição técnica sobre o RIGI, o seminário também foi um espaço de networking entre empresários goianos e representantes da diplomacia argentina, com foco na troca de informações e na prospecção de parcerias comerciais e industriais. A realização do seminário buscou reforçar a atuação da Fieg em fomentar negócios internacionais e apoiar a inserção de indústrias goianas em mercados estratégicos da América do Sul.