Prefeitura solicita ao DenaSUS auditoria nas maternidades de 2021 a 2024
O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, e o secretário municipal de Saúde, Luiz Pellizzer, solicitaram ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a ampliação da auditoria do Departamento Nacional de Auditoria do SUS (DenaSUS) nas maternidades municipais Célia Câmara, Dona Íris e Nascer Cidadão. O pedido é para que a fiscalização abranja a destinação e aplicação de recursos federais nas unidades entre os anos de 2021 e 2024. O ofício foi entregue durante reunião realizada na sede do Ministério da Saúde nesta quarta-feira (9/7).
“A auditoria atual contempla apenas o ano de 2025, mas sabemos que o colapso das maternidades teve origem na gestão anterior. Por isso, solicitamos que o DenaSUS amplie a apuração para os anos anteriores”, explicou o secretário Luiz Pellizzer.
O documento ressalta a importância de identificar e tratar possíveis falhas ou irregularidades administrativas de forma técnica e transparente. O texto pede análise das condições de gestão financeira e administrativa das maternidades, avaliação do fluxo de repasses federais e verificação da regularidade na execução dos convênios e contratos firmados no período.
A Prefeitura também solicitou que o DenaSUS avalie os impactos administrativos e assistenciais decorrentes das decisões adotadas nos últimos anos. Segundo o secretário Pellizzer, a Fundahc, responsável pela gestão das unidades, suspendeu os atendimentos a partir de agosto de 2024, mas continua cobrando da administração pública o pagamento integral dos convênios, mesmo durante o período de paralisação.
Histórico
Desde 2012, as maternidades Dona Íris, Nascer Cidadão e Célia Câmara são geridas pela Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), sem realização de processo seletivo público que possibilitasse a participação de outras entidades do terceiro setor.
Em 2025, a SMS recebeu as unidades em situação de colapso, com salários atrasados, falta de insumos e medicamentos, e atendimentos eletivos suspensos. Apenas 30% da urgência e emergência estavam funcionando, e parte dos leitos de enfermaria e UTI havia sido desativada por falta de repasses regulares à Fundahc em 2023 e 2024.
Somente neste ano, a Prefeitura de Goiânia já repassou mais de R$116 milhões à fundação para a gestão das três maternidades, ainda assim fornecedores essenciais seguem sem o devido pagamento.
Foto: Alex Malheiros