Indústria goiana se mobiliza e lança programa inédito de compliance acessível
Mais uma vez, a indústria goiana deu um importante passo rumo à construção de ambientes mais justos e acessíveis. Realizado terça-feira (14/10), na Casa da Indústria, em Goiânia, o 3º Seminário da Inclusão da Pessoa com Deficiência nas Indústrias reuniu representantes de empresas, instituições e órgãos públicos para discutir caminhos práticos de promoção da inclusão e da acessibilidade no setor produtivo. O evento foi uma realização do Conselho Temático de Relações do Trabalho e Inclusão (CTRTI) da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), com apoio do Sebrae Goiás e do Fimtpoder.
Com o tema Estratégias Práticas e Compliance para Superar Desafios da Lei de Cotas, o seminário apresentou o Programa Compliance Inclusivo 2025/2026, iniciativa inédita da Fieg que oferecerá, mediante contratação, o serviço de diagnóstico, acompanhamento técnico e certificação às indústrias que buscam se adequar integralmente à Lei de Cotas e às normas de acessibilidade.
“Nós alcançamos um público recorde de indústrias nesta edição, reunindo mais de 180 pessoas. O foco foi realmente aproximar o setor produtivo da pauta da inclusão. O Compliance Inclusivo é um programa criado pela Fieg para ajudar as empresas a entrarem em conformidade com a legislação – desde a calçada até a diretoria. Nossa equipe técnica vai até as fábricas para realizar diagnósticos e propor soluções práticas, garantindo segurança jurídica e condições de acessibilidade reais”, explicou Lorena Blanco, presidente do CTRTI da Fieg.
Diálogo, inovação e inclusão -*l A programação contou com oito painéis e apresentações que trouxeram reflexões sobre o papel das empresas na promoção da diversidade. A procuradora do Trabalho *l Guimarães de Lima, do Ministério Público do Trabalho, destacou que a inclusão só acontece quando as estruturas são revistas e adaptadas para acolher a diversidade. “Não basta cumprir a cota. É preciso eliminar barreiras físicas, comunicacionais e atitudinais, e transformar as empresas em espaços realmente acessíveis e igualitários”, afirmou.
A executiva de RH Amanda Rocha reforçou o protagonismo da liderança no processo de transformação cultural dentro das indústrias. “Incluir não é apenas abrir a porta, mas garantir permanência e desenvolvimento. O RH precisa mapear barreiras, recrutar com acessibilidade, capacitar gestores e contar boas histórias que inspirem outras empresas”, destacou.
Já Ráysa Horranna Silva Santos, do Programa Senai de Ações Inclusivas (PSAI) apresentou dados e práticas sobre o uso de inteligência artificial e tecnologias assistivas para promover autonomia e empregabilidade de pessoas com deficiência. “O Senai Goiás transforma barreiras em pontes. Nossos cursos e laboratórios mostram que a tecnologia pode e deve ser uma ferramenta de inclusão produtiva”, ressaltou.
Premiação e reconhecimento -O evento foi encerrado com a entrega do Troféu Empresa Inclusiva 2025, que reconhece indústrias que superaram as metas de contratação de pessoas com deficiência. As vencedoras foram Equatorial Energia (1º lugar),Halex Istar (2º lugar) e Refrescos Bandeirantes – Coca-Cola (3º lugar).
“É um trabalho árduo e desafiador, mas muito gratificante. Ser reconhecido pelo segundo ano consecutivo reforça que estamos no caminho certo”, afirmou Pedro Henrique Barbosa Ferreira, gerente de RH da Refrescos Bandeirantes.
Para Kelly Martins Lourenço, também do RH da Coca-Cola, o reconhecimento é um incentivo à continuidade das ações. “Essas práticas mostram que estamos avançando. Receber esse prêmio é a prova de que nossas iniciativas de diversidade e acessibilidade têm gerado resultados reais”, completou.
Compliance e responsabilidade – Além de palestras sobre legislação, arquitetura inclusiva e gestão de pessoas, o evento teve participação do Goiás, que apresentou soluções de tecnologia e formação profissional acessível, e do Fimtpoder, que reforçou o papel das parcerias entre empresas e entidades representativas.
Segundo Lorena Blanco, o seminário consolida a Fieg como articuladora do diálogo entre indústrias, governo e sociedade. “A inclusão é um processo construído em conjunto. A indústria tem um papel social fundamental e o nosso compromisso é continuar oferecendo ferramentas, como o Compliance Inclusivo, para que as empresas possam ir além do cumprimento da lei”, concluiu.