• Ministério da Saúde adquire 6,5 mil respiradores fabricados no Brasil

    Publicado em 9.04.2020 às 10:22

    O Ministério da Saúde assinou na noite de ontem (07/04) contrato de compra de 6,5 mil respiradores mecânicos, no valor de R$ 322,5 milhões, para uso no tratamento de pacientes infectados pelo coronavírus. A aquisição dos aparelhos está sendo realizada de fabricante nacional. A expectativa é de que a entrega de todos os equipamentos ocorra em até 90 dias, sendo quase 2 mil ainda em abril. Os ventiladores ajudam pacientes que não conseguem respirar sozinhos e seu uso é indicado nos casos graves de coronavírus (COVID-19), que apresentem dificuldades respiratórias. 

    Diante do cenário de escassez internacional devido à alta demanda em todo o mundo por conta da pandemia, a indústria brasileira vem se movimentando para atender à necessidade nacional. “Iniciamos uma ação há cerca de 45 dias, que é extremamente complexa, que é fazer com que a indústria nacional dispare uma produção em tempo reduzido. Temos quatro empresas que produziam esses equipamentos em uma pequena quantidade e, juntos, conseguimos ampliar esta produção”, comemorou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

    Para a fabricação dos respiradores que serão distribuídos aos estados pelo Ministério da Saúde, a empresa contratada, a Magnamed, vai contar com um grupo de empresas lideradas por Positivo Tecnologia, Suzano, Klabin, Flex e Embraer, apoiadas pela Fiat Chrysler Automóveis, White Martins, Veg, e pelos bancos BTG Pactual, Itaú, Febraban (Federação Brasileira de Bancos), entre outros.

    A parceria com produtores brasileiros começa com 6.500 respiradores, sendo 5.760 ventiladores de transporte e emergência (aparelho de ventilação pulmonar para reanimação basead) e 740 ventiladores pulmonares eletrônicos neonatal pediátrico e adulto (Oxymag).

    “Assinado esse contrato vamos ter a previsão de entrega de respiradores por semana, o que vai dar muita segurança ao fornecimento destes equipamentos para dar suporte aos hospitais públicos no atendimento à população. Uma vez produzidos no Brasil, ganhamos autonomia perante as compras internacionais, que ainda estão frágeis”, explica o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

    Atualmente, o Brasil contabiliza 65.411 respiradores/ventiladores, sendo que 46.663 estão disponíveis no SUS.

    PRODUÇÃO NACIONAL

    O diretor de Logística em Saúde, Roberto Dias, explica que a ampliação da capacidade de produção de empresas brasileiras teve início a partir de uma parceria entre o Ministério da Saúde e o Ministério da Economia, que realizou um mapeamento do parque industrial. “Esse mapeamento identificou quem fazia o quê, quem tinha capacidade de se juntar as empresas que tinham escala pequena de produção face a necessidade nacional, mas que tinham expertise e, ainda, quais empresas poderiam expandir essa linha de produção”, disse.

    Ao todo, o projeto nacional de produção de respiradores consiste na aquisição de 14 mil respiradores, sendo sete mil respiradores de UTI e 7 mil respiradores de transporte. “Esse projeto tem um grande desafio que é a cadeia de suprimento. A gente depende de peças internacionais e o Ministério das Relações Exteriores nos auxilia na obtenção e priorização junto aos países fabricantes dessas peças dentro da cadeia de suprimento da linha de produção”, explica o diretor do DLOG.

    Além do projeto de respiradores, Roberto Dias destaca parcerias com o Ministério da Justiça para escoltas e segurança da distribuição de equipamentos e insumos, com o Ministério da Defesa que fornece armazéns nas capitais para estoque de materiais e com a Força Área Brasileira que apoia a logística de distribuição para o país.

    TRATAMENTO DE PACIENTES GRAVES 

    A COVID-19 pode apresentar como complicação a pneumonia, que produz um processo inflamatório atingindo os pulmões de forma severa. Neste quadro, os pacientes não conseguem respirar sozinhos e, assim, necessitam de suporte ventilatório. Portanto, o respirador mecânico, ou ventilador, é fundamental para tratar casos graves e gravíssimos da doença. Normalmente, esses equipamentos estão disponíveis em leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI).