• Luna Duo celebra encontro musical em Pequindê, EP de estreia que será lançado dia 28 de outubro

    Publicado em 19.10.2025 às 12:05

    A união entre uma cantora e compositora autodidata e um maestro com formação acadêmica deu origem ao Luna Duo, que lança o seu primeiro EP nas plataformas digitais e no Youtube, no dia 28 de outubro. As seis canções de Pequindê são carregadas de regionalismo, belos arranjos e a história de um casal que viaja o país mostrando o seu amor pela música. 

    As faixas do EP são do repertório autoral da cantora baiana, natural de Salvador, Nati Cunha (voz e violão), com arranjos, percubo e solos de trombone do maestro goiano Luiz Fagner. O EP foi gravado em junho de 2005 no SQ Studio, em Goiânia, produzido por Benjamín Mora e Luiz Fagner.

    O projeto é realizado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), operacionalizado pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura. 

    A baiana Nati Cunha carrega influências musicais herdadas da família, cuja origem está na Chapada Diamantina (BA). Inclusive, duas canções do EP – Cadê o Trem e Volta na Chapada – são do seu tio, Emílio Cunha, um artista popular de grande influência na região. Nati compôs as quatro músicas que completam o EP ainda na pandemia da Covid-19.

    O trabalho da cantora e compositora baiana foi apresentado a Luiz Fagner no processo de reabertura, quando houve o arrefecimento da pandemia. O goiano que iniciou sua educação acadêmica no trombone, estudou no Cefet (hoje IFG-GO) e na UFG, e também regeu a Banda Sinfônica do Estado de Goiás, decidiu viajar pelo país e, nesse percurso, conheceu a artista baiana. 

    A partir desse encontro, o casal adotou um estilo de vida nômade, percorrendo diferentes regiões, principalmente Goiás e Bahia, pesquisando e trocando sonoridades e identidades musicais com diversos artistas. 

    Bagagem

    A bagagem de palco de ambos transparece nas canções do EP. Nati já se apresentou em espaços de diferentes estilos e tamanhos em todo o Brasil. Luiz, por sua vez, tocou ao lado de nomes como Pepeu Gomes, João Bosco, Lenine, Leila Pinheiroe J.J Jackson, entre outros.

    “Nossa proposta é imortalizar, com a melhor qualidade possível, a confluência de dois artistas de origens musicais diferentes e com poucos instrumentos”, afirma Luiz Fagner. Já Nati Cunha destaca que as canções de Pequindê vêm conquistando espaço na cena independente brasileira, e o objetivo é ampliar esse alcance com o lançamento oficial do EP.

    Nati conta que Pequindê leva esse nome em referência à gastronomia de Goiás e da Bahia. “Pequi e dendê, juntos, mostrando a mistura entre dois artistas e as culturas dos seus estados”, explica a cantora. Segundo ela, cada uma das seis faixas do EP oferece um ritmo e influência musical adquirido pela dupla. 

    Dançante, profundo e variado, a proposta dePequindê revela quão diversa é a música brasileira, com referências a elementos da rica natureza de Goiás e da Bahia. Cachoeiras, mar, plantas e reações naturais, unidas à espiritualidade e intuição, viram palco das músicas do EP.

    As seis músicas de Pequindê reproduzem o formato em que o Lunaduo se apresenta ao vivo – Nati na voz e violão e Luiz no percubo e trombone simultaneamente. Duas faixas contam com convidados: Du Badaró na viola caipira e Benjamín Mora na guitarra e gaita.

    O argentino Benjamín Mora, um dos produtores musicais do EP, celebra o resultado. “O EP do Luna Duo é fruto dos encontros de Nati e Luiz com músicos de diversas localidades. O trabalho conta ainda com a sensibilidade e experiência deDaniel Tápia, indicado ao Latin Grammy 2018 pelo disco No Caminho dos Sons, do genial Hermeto Pascoal”, frisa Benjamín.

    O EP Pequindê também cumpre o objetivo de ser um produto cultural inclusivo. Todas as músicas têm versão em Libras (Língua Brasileira de Sinais) e contam com Legendagem para Surdos e Ensurdecidos (LSE), reduzindo barreiras de comunicação e garantindo que pessoas surdas e ensurdecidas possam desfrutar plenamente da obra.

    Single 

    A canção Janaúba foi escolhida como single do EP. Ela traz influências das relações pessoais de Nati Cunha com a maternidade e o desejo de estar sempre na vida de sua filha. Com elementos da natureza, a letra de Janaúba faz referência àespiritualidade e ancestralidade dentro do mundo maternal da compositora.

    O ritmo e levada da canção apresenta ainda a raiz baiana em cultura popular em forma de oração e proteção. Janaúba é o nome popular de uma planta com poder de cura, e também sempre foi o apelido carinhoso da filha da artista.