• Forças de segurança prendem 32 pessoas após foguetório em Goiás

    Publicado em 6.11.2025 às 10:09

    As forças de segurança do Estado de Goiás prenderam 32 pessoas por ligação ao foguetório realizado em cidades goianas na noite desta terça-feira (4/11). O ato simultâneo foi uma “homenagem” a integrantes da facção Comando Vermelho (CV) mortos em uma operação policial no Rio de Janeiro no dia 28 de outubro, que resultou na morte de foragidos goianos ligados à facção. Os detalhes foram apresentados pelo titular da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), Renato Brum, nesta quarta-feira (5/11), em coletiva de imprensa.

    O secretário explicou que o setor de inteligência da SSP trabalhou ativamente desde os primeiros indícios de realização do foguetório, em conjunto com as unidades de campo das polícias Civil e Militar, para garantir a segurança em Goiás. “Estamos reunidos desde quando foi detectado os primeiros fogos de artifício e fomos a campo com todas as forças de segurança, realizando as primeiras prisões durante a madrugada”, explicou.

    O titular da SSP ressaltou ainda que a maioria dos presos trata-se de simpatizantes do comando vermelho que “aproveitaram para aparecer nas redes sociais”. “Muitos estão ligados a torcidas organizadas, não são ligados à facção e tentaram mandar um recado aqui em Goiás. Mas nós não aceitamos esse tipo de recado e estamos em atuando com nossas unidades operacionais nas ruas. Estamos preparados, não vamos aceitar desorganização e a resposta vai ser dura contra esses elementos”, assegurou Renato Brum.

    Ao detalhar que a operação se estendeu por diferentes municípios, sendo 14 prisões registradas em Goiânia, seis em Abadia de Goiás, nove em Aparecida de Goiânia e três em Rio Verde, o secretário Renato Brum tranquilizou a população. “Em Goiás não tem um palmo de terra onde as forças de segurança não entrem. As lideranças do Comando Vermelho estão isoladas em regime especial no presídio de Planaltina de Goiás e as nossas forças de segurança pública estão aqui para garantir a ordem e toda tranquilidade que a sociedade goiana tanto merece”, completou.

    O comandante-geral da Polícia Militar de Goiás (PMGO), Coronel Marcelo Granja, reforçou que a instituição continua atenta. “Vamos continuar em campo trabalhando em prol da segurança da comunidade. Nosso serviço de inteligência está em campo monitorando e daremos a resposta necessária por parte da Polícia Militar. Ninguém vai subir o nível no Estado de Goiás”, assegurou.

    Tipificação penal
    O Delegado-Geral da Polícia Civil de Goiás (PCGO), André Ganga, lembrou que o simples ato de soltar fogos de artifício não é considerado crime. “Os presos estão sendo autuados por serem simpatizantes, enquadrando em apologia ao crime. Outros foram autuados por posse ilegal de arma de fogo e porte de entorpecentes”, afirmou. “Começamos a monitorar, em tempo real, essa situação ainda na madrugada, justamente para que não acontecesse em Goiás o mesmo que aconteceu em outros estados. Aqui não vai ser aceito enaltecer criminosos”, finalizou.

    Apreensões
    O Corpo de Bombeiros e o Procon Goiás também integraram as ações de repressão e monitoramento. As equipes realizaram uma operação de fiscalização de empresas que comercializam fogos de artifício em vários municípios de Goiás. “Hoje, aproximadamente 30 empresas foram fiscalizadas em Goiânia, Trindade, Senador Canedo e Anápolis”, revelou o secretário Renato Brum.

    Ele informou também que durante a ação, quase 4 mil fogos de artifício foram apreendidos por armazenamento e comercialização irregulares. “O problema não é soltar o foguete ou comercializar o produto, mas vender de maneira errada e equivocada. Só no dia de hoje foram apreendidos cerca de 4 mil fogos de artifício, e esse trabalho continua”, concluiu.