• Professora de instituto da UFG defende manutenção de isolamento social

    Publicado em 13.04.2020 às 14:40

    A professora do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP) da Universidade Federal de Goiás (UFG), Cristiana Toscano, concedeu entrevista à Sagres 730, nesta segunda-feira (13), e destacou que as medidas de isolamento social são importantes para alongar o achatamento da curva de transmissão do novo coronavírus (Covid-19) e adiar o pico de casos no Estado. 

    “A implementação precoce dessas medidas não são para evitar que a doença venha, porque isso é inevitável, mas é importante para alongar e prevenir a ocorrência da epidemia de casos em um tempo muito curto”, disse. A Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da UFG faz análise periódica do cenário de transmissão do novo coronavírus. De acordo com a professora Toscano, as análises são baseadas em conhecimentos gerados por estudos locais, nacionais e internacionais. 

    “Nos últimos 10 dias estamos iniciando uma curva crescente e ascendente, estamos acompanhando no dia a dia o número de casos, ontem à noite em Goiás eram 227 casos e 14 de óbitos. Isso vai aumentando diariamente, e começa adquirir um aspecto de crescimento exponencial, não é reta, é uma curva que tem uma ascensão muito importante quando começa a pegar esse crescimento exponencial”, explicou.

    Cristiana ressaltou que é fundamental a manutenção das medidas de distanciamento social neste momento em que a ocorrência de casos está em crescimento, o relaxamento das medidas, segundo ela, é impensável pelas próximas duas semanas. “Nós fizemos simulações e a estimativa é que, caso as medidas de distanciamento social fossem relaxadas neste momento, o número de óbitos esperados para os próximos 30 dias dobrariam, passa a ser o dobro do número de óbitos pela doença em um cenário de não manutenção das medidas de isolamento, e podem chegar a um período de 30 dias de 300 a 400 óbitos no Estado de Goiás”.

    De acordo com a professora do IPTSP, em nenhum país do mundo teve flexibilização do isolamento social no momento de crescimento dos casos e que por isso, a conduta para as próximas duas semanas deve ser a manutenção do distanciamento. “Estamos prevendo que ocorra o pico no início de maio e estamos pensando e estudando, junto com a Secretaria de Saúde e o Governo, vários cenários possíveis de relaxamento das medidas de distanciamento social”, disse.