Ipasgo inicia processo para redução de gastos operacionais e prevê economia média de R$ 300 milhões
O Instituto de Assistência dos Servidores do Estado de Goiás (Ipasgo) inicia processo para a redução de gastos administrativos e operacionais, que deve gerar uma economia média de R$ 304 milhões anuais. Seguindo as determinações do Plano de Contingenciamento de Gastos para o Enfrentamento da Pandemia de Covid-19, que tem como propósito mitigar o impacto do novo coronavírus nas finanças, bem como as orientações do Governo de Goiás para modernizar e ampliar a oferta de serviços em saúde, o plano de assistência vai implementar sistema de automação, com novas tecnologias para ampliar a transparência e controle de falhas de desvios.
Após um ano de estudo técnico, mapeamento das demandas, o Ipasgo está revendo contratos e divulga edital de seleção para a contratação do serviço. A remodelação dos processos é acompanhada pela Controladoria Geral do Estado (CGE), Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) e Tribunal de Contas do Estado (TCE).
O presidente do Ipasgo, Silvio Fernandes explica as novas ferramentas vão permitir mais controle dos atos, reduzir fraudes, corrupções e garantir levantamentos de dados precisos para traçar estratégias e definir ações em benefício dos usuários. Para se ter ideia, os desvios financeiros cometidos nos últimos 10 anos dentro do plano de assistência, que são alvo das operações Morfina e Metástase, que estão sob investigação da Polícia Civil do Estado de Goiás, podem ter gerado prejuízos de R$ 500 milhões.
As fraudes foram possíveis devido à inexistência de padronização dos processos e de controle eficientes. “Sem padrões técnicos e transparentes o órgão público fica vulnerável a ações suspeitas e isso prejudica todo um sistema de prestação de serviço em saúde e a sociedade. Muito desperdício, desvio financeiro e gastos incoerentes com as demandas e necessidades reais”.
Fernandes diz que dentro do Ipasgo não há uma integração eficiente dos sistemas tecnológicos e existem serviços que são feitos praticamente de forma manual. Segundo ele, levantamento recente apontou que cerca de seis mil usuários do plano estão sem CPFs registrados no sistema. “Veja, uma situação desta gera danos aos beneficiários e para toda a gestão. Essa é só uma ponta do iceberg, a falta de tecnologia eficiente também impede a expansão da rede de atendimento de saúde”.
Com a implantação do sistema de automação, os estudos iniciais apontam que o custo operacional do Ipasgo deve ser reduzido para cerca de R$ 124,9 milhões. Em 2019, esse valor ficou em R$ 158,5 milhões, mesmo com uma queda de 12% nos gastos. Além disso, a nova tecnologia vai impactar nos gastos operacionais, pois evitará desperdícios, fraudes e desvios. A previsão é de que estes custos sejam reduzidos em até 15%, anualmente. O que representará uma economia média de R$ 270 milhões.
O presidente do Ipasgo, Silvio Fernandes, diz que a modernização do sistema de automação integra a estratégia desta atual gestão em atuar com mais transparência e controle. Segundo ele, desde que assumiu a presidência do plano de assistência tem realizado a revisão de contratos, acordos e convênios. Somente, ao longo do ano passado, essas reavaliações permitiram uma economia média de R$ 50 milhões.
Ele afirma que, após promover o equilíbrio histórico das contas do Ipasgo, no final do ano de 2019, chegou a hora de um segundo passo para melhorar a gestão, garantir a sustentabilidade financeira e a ampliação da rede de serviços aos usuários. Ao revisar de contratos, diminuir gastos administrativo e implementar rígidos e modernos processos de gestão, ele fez com que o plano de assistência alcançasse superávit médio de R$ 65 milhões. Resultado inédito. Após cinco anos de contas no vermelho e déficit crescente, o plano de assistência fechou um período anual no azul, com um crescimento positivo na receita de 26% e uma queda de 12% nos gastos com despesas operacionais.
Novos serviços em saúde
O presidente do Ipasgo, Silvio Fernandes, explica ainda que a modernização dos serviços também integra a estratégia emergencial do plano para o combate ao avanço do coronavírus no Estado e prestação de atendimento em saúde aos pacientes contaminados. Além disso, pós-pandemia, o monitoramento digital dos usuários em todo o Estado será primordial para o controle de novos casos e a prestação continua de serviços de saúde.
O uso de novas tecnologias vai permitir ao Ipasgo ampliar os serviços em saúde no território goiano, a partir da implementação do programa de Atenção Primária à Saúde e da Gestão de Saúde Populacional (GPS). “Teremos um programa integrado de promoção à saúde, prevenção de doenças, com transparência e controle eficiente, que reduzirão erros, desvios e fraudes.”
Os usuários do Ipasgo terão novos serviços e atendimentos, como a teletriagem, com fins de triagem clínica de sintomas, queixas e de orientações em saúde para oferecer um correto encaminhamento e desfecho para a demanda. Haverá também serviço de acompanhamento de gestantes e puérperas, com orientação em saúde e suporte sobre a melhor conduta a ser adotada em cada situação.
Os novos sistemas do Ipasgo vão permitir a criação do prontuário médico eletrônico para reunir informações, exames e situação de cada usuário. Essa medida vai facilitar o acesso aos dados pela equipe médica e ampliará o acompanhamento do estado de saúde e evolução dos pacientes. A medida ainda vai gerar economia e eficiência, pois evitará a solicitação de procedimentos desnecessários.
Em relação ao sistema de Atenção Primária à Saúde, o presidente do Ipasgo, Silvio Fernandes, explica que se trata do primeiro nível de acesso a um sistema de saúde, caracterizando-se, principalmente, pela integralidade da atenção e a coordenação do cuidado. “Em diversos contextos internacionais, o cuidado com sua demanda é oferecendo atendimentos, de forma remota e presencial, por equipes de clínica geral e saúde da família. Esses profissionais vão visitar os usuários nas diversas regiões goianas e esse será o primeiro ponto de contato do beneficiário com os demais serviços de assistência a saúde oferecidos pelo plano”.
Assim, o plano de assistência poderá desenvolver serviços específicos e organizar uma rede de referência para o atendimento primário de acordo com os perfis dos usuários e as demandas apresentadas em cada região. Os novos modelos de automação vai permitir também a implantação da Gestão de Saúde Populacional (GPS), que trará um novo conceito para a saúde em Goiás, pois alia a oferta de assistência médica à metodologias abrangentes para a estratificação de riscos e coleta sistematizada de dados.
Fernandes explica que serão efetivados novos programas, ferramentas de saúde digital, regulação, unidades de saúde, seguindo o modelo Ipasgo Clínicas, e diagnósticos situacionais das regiões e municípios. “Com as informações corretas, será possível avaliar os riscos populacionais e montar modelos de cuidados de forma integrada e precisa”.