O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), Lúcio Flávio de Paiva, e o conselheiro seccional Carlos André Pereira Nunes debateram, nesta quarta-feira (15/4), sobre o futuro da comunicação no Direito. Eles falaram, ao vivo, às 17h, no Instagram oficial do conselheiro, por 1 hora. 

“A liturgia é essencial. Ela se concretiza em atitudes corporais e linguísticas que demonstram respeito a ela. Quando um magistrado entra em uma sala de audiência, eu sou um daqueles que se levanta. Eu, Lúcio Flávio, respeito esta liturgia e utilizo os pronomes de tratamento. O Direito é litúrgico e precisamos manter isto”, destacou na Live. 

Já Carlos André, ressaltou a ligação entre o Direito e a Comunicação. “Eles são ligados. Por isso, essa é a nossa dedicação”, afirmou na introdução do debate. 

Lúcio Flávio teve a oportunidade de falar sobre experiências na carreira de professor, jurista, advogado e como presidente da OAB-GO.  Em uma das passagens, contou sobre quais são as características para uma boa petição. 

De acordo com ele, é necessário ter concisão, clareza, técnica jurídica e elegância. “Temos atualmente um Judiciário abarrotado, portanto, devemos ser práticos e objetivos. A peça processual não é local para externar erudição e dar aula. É o local para passar a mensagem do jeito que ela deve ser passada”, ensinou.

Lúcio Flávio analisa que é preciso ter clareza nas petições. Segundo pontua, não é raro perceber a dificuldade que muitas pessoas têm de expressar aquilo em que estão pensando. “Para isto, precisamos dominar a língua portuguesa, ou seja, ler muito e fazer aulas”, destacou. 

O presidente da OAB-GO concluiu o raciocínio destacando que é preciso fundamentar as petições com a melhor técnica, buscando na Lei, Doutrina ou Jurisprudência e ter elegância com a parte contrária. “Se de alguma forma você ofende ou desmerece, você está praticando uma deselegância desnecessária. Tenha sempre a elegância respeitosa”, destacou.  

Ensinamentos
No encontro, os dois professores deram dicas sobre oratória. Lúcio Flávio afirmou que o fundamental em discursos é ter a atenção da plateia. “Nunca exponha mais de três motivos em sua sustenção. Mais do que isto, você perde a atenção do público. Por fim, se espelhe em grandes discursos de extraordinários oradores como Barack Obama, Martin Luther King e Winston Churchill”.  

Ao final, eles discutiram sobre a importância da língua portuguesa em peças jurídicas. “Percebemos que temos dois extremos: o “juridiquês” e o desrespeito com a língua portuguesa. Então, temos que ter um meio termo: é saber a língua portuguesa e a terminologia específica de nossa ciência”, encerrou Lúcio.  (Site OAB-GO)