• Sandro Mabel: Como será o amanhã? Confira artigo do presidente da Fieg sobre o impacto da COVID-19 nas atividades produtivas. Conteúdo foi publicado no jornal O Popular

    Publicado em 22.04.2020 às 10:49

    O novo decreto de isolamento social publicado na madrugada desta segunda-feira pelo governo do Estado traz algum alento em meio ao pânico econômico frente à pandemia da Covid-19, sobretudo ao confirmar autonomia às prefeituras, conforme deliberado pelo STF, e ao liberar atividades da construção civil. Mas a apreensão continua para os demais segmentos industriais, como o setor da moda, com produção parada e negócios fechando, além da perspectiva de lenta travessia à plena retomada das atividades econômicas.

    Difícil nesse momento estimar o estrago resultante da crise nos negócios e o custo em milhares de vidas mundo afora. Invertendo o adágio popular, é de se chorar o leite derramado, já que a conjuntura era de otimismo! O cenário de recessão, ou até depressão econômica, não está batendo à porta. Já adentrou e trancou o cadeado, dificultando sua saída.

    É assustador ouvir previsões para o PIB brasileiro, de um tombo entre 3% e 6%. E o que dizer do desemprego, com projeção de praticamente dobrar?

    Com a produção interrompida por mais de um mês em cerca de 75% das indústrias goianas, correspondendo a 140 mil postos de trabalho, a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) vem travando verdadeira batalha contra os efeitos severos da Covid-19, defendendo o equilíbrio entre a preservação da saúde e a sobrevivência econômica, para evitar desemprego em massa e falência das empresas. Para tanto, colocou no front toda a inteligência técnica e tecnológica de suas instituições, a exemplo do Sesi, Senai e Instituto Euvaldo Lodi (IEL). São várias frentes de luta, desde a chamada ginástica virtual no home office, webconferências, cursos on-line gratuitos, manutenção de respiradores mecânicos, confecção de máscaras, entre outras ações, incluindo ainda o trabalho da Fieg Mais Solidária, um movimento que encampou a missão de arrecadar alimentos, produtos de higiene e proteção pessoal e limpeza para doação a pessoas carentes, os que mais sofrem na pandemia.

    Outra iniciativa de destaque, a plataforma da Fieg “Retomada com Responsabilidade” rompeu fronteiras de Goiás e encantou governadores, prefeitos e parlamentares por assegurar a saúde e segurança do trabalho por meio de um aplicativo responsivo. Desenvolvida pelo IEL em Goiás, com investimento de R$ 1,5 milhão, a plataforma oferecida gratuitamente foi adotada pelo Paraná, por Aparecida de Goiânia e despertou interesse em Mato Grosso, além do governo federal e da Assembleia Legislativa de Goiás, onde sua apresentação via webconferência contou com participação de 38 dos 41 deputados. 

    Em um paradoxo, o aplicativo, que havia sido recomendado ao governo de Goiás pela própria Secretaria da Saúde, infelizmente foi ignorado pelo Estado, que optou por desenvolver um instrumento semelhante para orientar o retorno das atividades. E nós continuamos aqui, na torcida e em campo, para que tudo dê certo.


    Sandro Mabel, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) e dos Conselhos Regionais do Sesi e Senai