• Colégio Jardim América inicia ano letivo com salas grafitadas por grandes artistas da Arte de Rua

    Publicado em 31.01.2020 às 10:35

    O Colégio Estadual Jardim América, da rede pública estadual de ensino de Goiânia, recebeu seus alunos, neste início de novo ano letivo, em salas de aula grafitadas por um grupo de artistas da Arte de Rua de Goiás e de São Paulo. A ação foi feita no projeto Voltando à Escola, do artista Ricardo Célio,  já implementado em São Paulo, no Rio de Janeiro, no Amapá e em Salvador.

    Os artistas de grafite e muralismo fizeram seu trabalho no colégio nos dias 27 e 28 e nesta quinta-feira última, 30 de janeiro, juntamente com professores, servidores e convidados, apresentaram aos alunos sua arte. “E ficou mesmo lindo”, como disse uma das alunas a um grupo de colegas.

    Artistas

    Nomes conhecidos da Arte de Rua, com trabalho reconhecido em todo o país, deixaram nas salas de aula do Colégio Jardim América, e principalmente aos estudantes de Ensino Médio e Fundamental, a pintura e o estímulo à valorização da arte urbana já a partir da escola pública também como espaço cultural.   

    Além do artista Célio, idealizador do projeto, participaram Wes Gama (GO), Ziza (SP), Rustoff (GO), Ow Calaboca (GO), Bieto (SP), Carol Folego (SP), Taty Leão (GO), Júlio Vieira (SP), Kally (GO), Matheus Costa (GO), Agridoce (SP), Danillo Butas (GO), Marcella Queiroga (GO), Thúlio Moreira (RJ), Mogle (SP) e Márcio Ficko (SP).

    De acordo com o artista Célio, em Goiás foi a primeira vez em que houve um trabalho conjunto entre artistas de São Paulo e de Goiás, onde foi realizado. Para ele, além de uma perspectiva de troca recíproca, que ele chamou de intercâmbio, foi importante para se conhecerem pessoalmente. “Foi um presente, um grupo de artistas muito bons juntos. Os artistas de Goiás são incríveis!”, afirmou.

    Célio é ex-aluno de uma escola pública de Guarulhos onde fez, no fundo de uma sala de aula, numa feira de Ciências da escola, uma árvore, um de seus primeiros desenhos, ainda bem garoto. No colégio Jardim América as salas são temáticas, reservadas às diferentes áreas do conhecimento, e a arte grafite, em cada sala, faz referência às aulas a serem ministradas ali.

    Alunos em sala de aula e o desenho de duas mulheres grafitado ao fundo da sala.

    Rascunho

    “Faço um rascunho, mas na parede as coisas fluem”, explicou a artista de Goiás, Taty Leão, quando um dos estudantes perguntou se ela fazia, inicialmente, um desenho a lápis. A artista também falou aos alunos da experiência de fazer um trabalho ao lado de grandes artistas da arte urbana. “Uma galera feroz. Uma experiência maravilhosa, que espero que acorde e sacuda as pessoas para a cultura, para as artes, ainda na escola”, declarou.

    Taty Leão disse que tem um trabalho da Arte de Rua mais em ambientes internos e, nesse sentido, o projeto se desenvolver nas salas de aula dá a ele ainda mais relevância. A artista, que fez Artes na Universidade Federal de Goiás, fez a conclusão de curso com o trabalho denominado Encantando o Espaço, “na perspectiva para além da pintura, da arte viva, da história, do contexto”, explicou, destacando a infinidade de possibilidades desses grafites se perpetuarem por toda a vida dos estudantes.

    A escola  

    O Colégio Estadual Jardim América, que fica no tradicional setor que dá nome à escola, na capital do Estado, está entre as unidades da rede estadual que, para além da escolaridade e do alcance de boas notas nos índices de avaliação da Educação, implementa, com sucesso, ações para a promoção da Educação formadora de cidadãos.

    De acordo com a diretora da escola, Rosirene Dias Rosa, o projeto Voltando à Escola, chegou ao colégio a partir de um estudante, cuja tia, tinha ganhado um grafite do artista paulista Bieto. Bieto manifestou a vontade de, aproveitando sua vinda a Goiás, fazer um desenho em um espaço público. O estudante pediu que fosse na sua escola que, então, recebeu dois desenhos: um no muro e outro no hallde entrada da unidade escolar.

    O próprio Bieto, segundo Rosirene, ligou naquele dia para o Célio, sugerindo que o projeto fosse feito em Goiás, no colégio. A direção da escola, juntamente com professores e servidores arrecadou os recursos para o projeto. A curadoria foi feita pela produtora goiana Larissa Pitman.