Caminhada encerra Janeiro Branco com carinho e solidariedade em Aparecida
Com uma linda caminhada que aconteceu na manhã desta sexta-feira (31), encerraram-se as atividades do Janeiro Branco 2020 em Aparecida. Entoando trechos de canções alegres e também emocionantes, cerca de 300 usuários da Rede de Saúde Mental do município e profissionais das equipes multiprofissionais participaram do evento, que percorreu as ruas dos setores Araguaia e Central do município. “É emocionante ver como as pessoas se envolvem e se vestem de carinho e de solidariedade neste ato. Muitas vezes o que as pessoas mais precisam é de uma mão amiga, de alguém para conversar sobre problemas que muitas vezes acabam sendo mais comuns do que se imagina” – pontua a coordenadora da Saúde Mental de Aparecida, Carolina Sartori.
A Caminhada Janeiro Branco saiu do Centro de Atenção Psicossocial – CAPS Bem Me Quer, desceu a Avenida B até a rótula onde se encontra com a Avenida de Furnas, subiu até a Avenida Independência e terminou na Praça da Matriz. “Sou paciente do CAPs Bem Me Quer. Está sendo uma maravilha a ajuda dos funcionários, dos médicos e psicólogos. São todos ótimos. Estou maravilhada, cada dia mais. Me sinto ótima em termos de saúde, alegria e vontade de viver. Eles incentivam a gente a se cuidar a não ficar dentro de casa deprimido. Muitas vezes eu fico sem ânimo de sair de casa e até mesmo para ire pro CAPS, mas quando eu lembro que lá eles me fazem bem, transmitem alegria e tratam bem às pessoas, cuidam de todo mundo, isso me dá força pra seguir em frente” – conta a usuária Ilaia Zeliana Pires da Silva.
A coordenadora do CAPS Infanto-Juvenil Alegria, Luzana Eva Ferreira Lopes Nogueira, explica que é o Janeiro Branco é uma data estratégica, que aproveita a proximidade das datas comemorativas, onde as pessoas ficam mais avaliativas e nostálgicas para levar solidariedade e consciência às pessoas a respeito da necessidade de cuidarem uns dos outros. “Aparecida não poderia ficar de fora, uma vez que se destaca pela rede de Saúde Mental. Com Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) vem estruturado, do tipo III em sua maioria, que funcionam 24 horas por dia, de portas abertas e modalidades de atendimento noturno, com equipes capacitadas, especializadas, prontas para receber a todos que precisarem. E também articuladas para conversar com os outros serviços e suprir as necessidades dos usuários que chegam até nós” – lembra.
“Ficamos muito contentes de termos o apoio de todos para mostrar à sociedade que Saúde Mental é uma construção diária e que não precisamos nos apegar a discussões pontuais apenas nos meses de janeiro ou setembro. E também não precisamos esperar as situações se agravarem para tomar medidas, mas pensar em promoção de saúde no dia-a-dia. Através de hábitos simples, de alimentação, de estar perto de quem gosta e de ter acesso a atividades de lazer, de cultura e de arte. Neste sentido, Aparecida está de parabéns, pois tem ofertado cada vez mais os mecanismos que possibilitam isso às pessoas. E a gente, como profissional, fica muito orgulhoso de fazer parte de tudo isso, de contribuir” – completa.
“Essa caminhada já acontece há cerca de três anos e é uma oportunidade de mostrar pra sociedade que é um mês importante, que existem pessoas que estão cuidando e que estão tentando oferecer uma Saúde Mental cada vez melhor. E este movimento nas regiões aqui do centro de Aparecida, onde tem uma população muito grande, faz-se ver a Saúde Mental. Que existe sim lugares dentro de Aparecida que fazem acompanhamento. Que tem sim lugares para a pessoa procurar ajuda. Então essa caminhada é importante porque a gente se torna visível, presente em nosso meio, em nossa sociedade” – conta Hellen Fátima, psicóloga do CAPS Adi.
“O sofrimento psíquico, às vezes trás uma sensação de incompreensão, de solidão e de estar sem saída. E esse tipo de iniciativa deixa o recado de que você não está só. Esses profissionais se preocupam com o seu valor, com a sua vida. O nosso interesse é que a população viva bem, com qualidade. Que consiga trabalhar, fazer usufruto de seus direitos, que consiga se divertir, e viver maneira geral. Nosso alerta é para isso. Mostrar a você, que está em uma situação de sofrimento, que existem serviços prontos para lhe acolher. Junto de pessoas que também estiveram em situações parecidas com a que vocês esteja vivenciando, e mostrar que é possível sim voltar a ter qualidade de vida e viver bem” – explica Luzana.
Para Carolina Sartori, são os pequenos hábitos considerados saudáveis, como a prática de esportes, ter um hobby, ter uma roda de amigos ou mesmo atos simples, como passear com seu cachorro, que fazem toda a diferença e acabam sendo essenciais para nos elevar a autoestima tão necessária para as batalhas do dia-a-dia. “No entanto, quando aparecem sintomas como tristeza profunda, falta de energia, delírios e dificuldades de se relacionar; ou ainda a dependência química, existe uma série de serviços gratuitos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) que têm ajudado muita gente” – pontua. A Saúde Mental de Aparecida conta com cerca de 45 psicólogos que atendem em conjunto com equipes multiprofissionais nas diversas unidades da rede, responsáveis por mais de cinco mil atendimentos mensais. Para mais informações, ligue no número 3545-5969 / 9690 / 9106 ou clique aqui para visitar o Website da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).