Itália autoriza desembarque de 363 migrantes recolhidos no mar
A organização não governamental (ONG) espanhola Open Arms recebeu hoje (1º) autorização para desembarcar 363 migrantes recolhidos no Mar Mediterrâneo. Eles devem descer em Pozzallo, na Sicília.
A ONG tinha denunciado que Malta havia negado o desembarque dos migrantes por três vezes e que a Itália continuava sem responder ao pedido que também tinha sido dirigido ao governo italiano.
“Apesar de todas as dificuldades e esforços, valeu a pena e 365 vidas foram salvas nesta missão e, amanhã [domingo], 363 já estarão em terra firme, pela primeira vez em muito tempo”, escreveu a ONG nas redes sociais.
Na madrugada de sexta-feira, duas pessoas que sofriam de queimaduras graves e fortes dores abdominais já tinham sido transportadas para a Itália.
Segundo o Ministério do Interior, a autorização foi concedida depois de ter sido acionado o mecanismo de redistribuição de migrantes nos países europeus disponíveis.
Os 363 migrantes chegaram a bordo do navio humanitário espanhol, o único atualmente operando em águas do Mediterrâneo, no âmbito de cinco operações de resgate realizadas esta semana.
Barco à deriva
A última operação ocorreu na madrugada de sexta-feira, quando a rede Alarm Phone alertou para um barco à deriva.
O navio humanitário espanhol respondeu à chamada e localizou cerca de 100 pessoas amontoadas num barco de madeira.
A bordo havia outros 282 imigrantes salvos em quatro operações diferentes, incluindo três mulheres e 38 menores não acompanhados provenientes de países como Sudão do Sul, Gâmbia, Egito, Senegal, Chade, Burkina Faso, Guiné e República Centro-Africana.
O Ministério do Interior italiano informou que este ano já chegaram à Itália 870 migrantes, em comparação com os 155 no mesmo período do ano passado e os 3.176 em 2018.
Após a saída do governo italiano do partido Liga – da extrema-direita e que aplicou a política de “portos fechados”-, a formação do novo governo, composto pelo Movimento 5 Estrelas (M5S), pelo Partido Democrata (PD) e outros grupos progressistas, os navios humanitários já podem desembarcar novamente em portos italianos, graças ao mecanismo de redistribuição de migrantes nos países europeus disponíveis. (Por RTP (emissora pública de televisão de Portugal)