• Pandemia acelera após queda na adesão à quarentena no Brasil

    Publicado em 1.05.2020 às 12:46

    A tendência de registro de novos casos e mortes da Covid-19 parece estar seguindo à risca no Brasil a estimativa de cientistas de que as oscilações no nível de adesão à quarentena demoram duas semanas a serem sentidas. Quando a mobilidade de pessoas atingiu o mínimo da tendência no país, em 24 de março, a Pandemia esboçou desaceleração 15 dias depois. Naquele dia, a procura por transporte público caiu 69% em relação a janeiro, segundo dados do Google com base em celulares rastreados.

    Mas o isolamento social daqueles que podem ficar em casa, feito para reduzir o contato entre as pessoas (inclusive as não infectadas) e desacelerar a disseminação da doença, começou a se reduzir em força depois disso, e perdeu um quinto da adesão até 17 de abril.

    Ontem, 13 dias depois desse relaxamento, o número de casos engatou tendência de alta pelo quarto dia seguido, com 7.218 novos casos notificados num único dia, o recorde até agora, além de 435 mortes. O país tem agora 85.380 casos confirmados e 5.901 óbitos.

    O atraso de duas semanas entre ação e reação é fruto do ciclo de transmissão do vírus, que leva em conta o tempo de a pessoa se contaminar, transmitir o vírus a outra, e a nova pessoa infectada apresentar sintomas.

    Nos dados do Google para o Brasil, em 10 de abril, sexta-feira santa, os brasileiros ficaram mais em casa e bateram o recorde de adesão ao isolamento. Duas semanas depois, em 26 de abril, o número diário de registros da doença também caiu, como em coreografia.