• Itália em desconfinamento com Conte a apelar à cautela da população

    Publicado em 4.05.2020 às 08:53

    Itália retoma esta segunda-feira a atividade da indústria, construção e grandes superfícies comerciais, abrindo desta forma a circulação de 4,5 milhões de pessoas até agora confinadas. O primeiro-ministro apelou à sensibilidade da população para “evitar retrocessos dolorosos”.Os italianos entram assim numa nova fase, com o levantamento gradual das restrições ao movimento de pessoas e a retoma da atividade económica.

    Cabe-nos a nós decidir se queremos que seja decisivo e definitivo. Se queremos evitar retrocessos dolorosos. Agora, mais do que nunca, precisamos de colaboração, senso de responsabilidade e respeito por todos”, afirmou o primeiro-ministro Giuseppe Conte ao jornal italiano Corriere Della Serra.

    Os italianos que agora retomam o trabalho juntam-se aos empregados dos serviços essenciais, que nunca fecharam, como os setores de alimentação, farmácias e combustíveis. Desde meados de abril, também as livrarias e papelarias estão abertas. 
    Itália regista 28.710 vítimas mortais por Covid-19 e mais de 209 mil casos. 

    Para o primeiro-ministro italiano, “a partir de 4 de maio, os cidadãos serão os verdadeiros protagonistas da fase dois. Até agora, alcançamos bons resultados com medidas restritivas. Agora, somos todos chamados a um excesso de atenção. Devemos concentrar-nos nos princípios de autoproteção e responsabilidade. É necessário um comportamento adequado para nos proteger e um senso de responsabilidade para proteger os outros”. Itália vai também reabrir os parques e serão permitidas até 15 pessoas em funerais e a visita a familiares que vivam perto, mas continuam proibidas as reuniões sociais.

    Não podemos desperdiçar em poucos dias o que ganhámos meticulosamente em 50 dias. Começará uma nova fase, a de coexistência com o vírus. Será uma página que todos teremos que escrever juntos, com confiança e responsabilidade”, realçou. 

    Conte relembra que “na primeira fase, era inevitável focar na heterodisciplina, ou seja, nas regras impostas pelo Estado para garantir a contenção e a mitigação dos riscos. Agora, é necessário colocar o foco na autodisciplina. No sentido cívico e na educação da população que já reconhece bem os riscos de contágio”.  
    “Vírus continua a circular”
    Já numa entrevista a La Stampa, o primeiro-ministro italiano tinha frisado que “o vírus continua a circular entre nós, ainda estamos a meio da pandemia”. 

    O primeiro-ministro confirmou que estão a ser estudados incentivos para os pais que trabalham, mas que têm de ficar a cuidar dos filhos, bem como para o turismo nacional, entre outros.

    Garantiu ainda que pedirá “pessoalmente” aos principais gestores dos bancos que acelerem a entrega de fundos para pequenas empresas e trabalhadores por conta própria
    , conforme previsto no decreto, para lhes conceder liquidez durante esta crise.

    “Há uma garantia do Estado: não podemos permitir esses atrasos”, disse Conte, referindo-se às reclamações recebidas.“Futuro do país está nas nossas mãos”
    Numa publicação no Facebook, Giuseppe Conte afirmou que o país começa, esta segunda-feira, a fase dois de emergência com o vírus. 

    Será uma nova página que todos queremos escrever juntos, com confiança e responsabilidade”, escreveu. 

    https://www.facebook.com/383458618802776/posts/925464217935544/

    “Até hoje, a maioria dos cidadãos tem estado protegida em suas casas. A partir de amanhã, mais de quatro milhões de italianos voltarão ao trabalho, vão usar os transportes públicos, muitas empresas e fábricas vão voltar a funcionar. E serão muito mais numerosas oportunidades de um possível contágio, que só poderemos evitar graças a um sentido de responsabilidade ainda maior”, realçou. 

    Conte realça que “todos nós vamos ter que mudar de marcha do país. Com cuidado, e determinados a seguir em frente, mas sem arriscar parar a economia. Não há receita certa para garantir a partilha sem pensar em primeiro lugar na saúde e segurança de todos”. 

    Estou confiante, juntos vamos conseguir”, rematou.

    RTP, emissora pública de Portugal