• Trabalhadores informais têm de escolher entre “contágio ou fome”

    Publicado em 7.05.2020 às 11:13

    A Organização Internacional do Trabalho (OIT) lançou hoje um novo relatório no qual relata que a pandemia de Covid-19 está a forçar os trabalhadores da economia informal a escolherem entre “o contágio ou a fome”.

    As medidas de confinamento estão a afetar 80 por cento dos dois mil milhões de trabalhadores da economia informal e “ameaçam aumentar os níveis de pobreza” entre este grupo, alerta a OIT.

    Mais presentes nas regiões América Latina, Estados Árabes e África, os trabalhadores da economia informal trabalham sobretudo nos setores de alojamento, alimentação, comércio, manufatura e agricultura e não têm, na maioria, outra forma de sustento.

    Portanto, enfrentam o dilema de “morrer de fome ou do vírus”, resume a OIT.

    Perante essa escolha, estes trabalhadores acabam por representar um risco sanitário e podem vir a ser um “foco de tensão social em países com economias informais significativas”.

    O desemprego é “uma ameaça tão grande como o vírus” para os 67 milhões de pessoas que fazem trabalho doméstico, em que as mulheres e os migrantes são particularmente afetados.

    “A crise de Covid-19 está a exacerbar as desigualdades e vulnerabilidades já existentes”, realça Philippe Marcadent, da OIT, apelando a que as respostas políticas garantam que o apoio chega “aos trabalhadores e às empresas que dele mais precisam”.

    Nos países com rendimentos elevados, a pobreza entre os trabalhadores informais deverá aumentar em 52 pontos percentuais, estima a OIT.(RTP, emissora pública de Portugal)