• Argentina mantém quarentena na capital, mas flexibiliza no interior

    Publicado em 9.05.2020 às 09:10

    O Presidente argentino anunciou uma nova fase do isolamento obrigatório, que implica uma flexibilização em grande parte do país, menos para a região metropolitana de Buenos Aires, que concentra 86,2% dos novos casos da covid-19.

    Após 50 dias de quarentena total no país, o Governo argentino anunciou, na sexta-feira, a quarta fase denominada “reabertura progressiva”, enquanto Buenos Aires vai continuar, até 24 de maio, na terceira fase de “segmentação geográfica”.

    “Toda a Argentina, com exceção da área metropolitana de Buenos Aires, passa à fase quatro. Buenos Aires continua na fase três”, anunciou Alberto Fernández, a partir da residência presidencial.

    O Presidente argentino disse que a forte densidade demográfica (dez milhões de habitantes) da capital torna “tudo muito mais complexo”, concentrando “todo o risco da pandemia”.

    A diferença entre uma e outra etapa significa maior flexibilidade de atividades comerciais, produtivas e sociais. Enquanto na fase três até 50% da população podia ter algum grau de liberdade, na fase quatro até 75% poderá circular, sob regras, nas regiões que não registaram novos casos nos últimos dias.

    Essas localidades vão transitar do confinamento ao distanciamento social e poderão ter fábricas e lojas reabertas, desde que haja um protocolo aprovado pelos governantes municipais, provinciais e nacionais. As empresas serão as responsáveis pelo transporte dos trabalhadores, que não poderão usar transportes públicos.

    “Seremos muito rigorosos com essa flexibilização. Se os resultados se inverterem, voltaremos para trás”, avisou Fernández, apelando para a “responsabilidade cidadã”.

    Nos últimos dias, comerciantes e empresários começaram a pressionar para reabrir os negócios, atitude criticada pelo Presidente argentino, que reconheceu as dificuldades “daqueles que têm os seus comércios fechados”. 

    “A economia preocupa-nos muito, mas mais nos preocupa preservar a saúde e cuidar da vida da nossa gente”, defendeu Fernández.

    A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 272 mil mortos e infetou quase 3,8 milhões de pessoas em 195 países e territórios. 

    Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

    Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, vários países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.

    RTP, emissora pública de Portugal