• Em artigo, Humberto Aidar destaca o trabalho dos invisíveis durante a pandemia do novo coronavírus

    Publicado em 14.05.2020 às 17:47

    “A lição que vem do invisível”, este é o título do artigo do deputado Humberto Aidar (MDB) publicado nesta quinta-feira, 14, no jornal Diário da Manhã. No texto, o parlamentar destaca a força dos trabalhadores enquadrados nos serviços essenciais e fala sobre as lições que vem do invisível. Ele também fala sobre os cidadãos e a importância da família, do diálogo e do abraço fraterno em tempos de quarentena.  

    Logo no início do texto, Aidar destaca que o brasileiro teve que aderir ao isolamento social para se proteger do vírus que, a princípio, tinha como alvo apenas as pessoas idosas e aquelas com comorbidades. Entretanto, o número de mortes indicou que o problema mata desde criança até atletas.

    “Quando esse vírus bateu à nossa porta, a triste realidade, registrada lá fora, nos empurrou para uma quarentena forçada, como forma de preservar vidas… os números foram nos mostrando que o vírus pode ser letal em qualquer faixa etária”, escreve o deputado.

    Em outro trecho do artigo, Humberto menciona o isolamento social e a necessidade de se precaver contra o inimigo invisível. “Sobre o isolamento social, fico com o que preconiza a ciência, até porque não disponho de qualquer embasamento científico para contrariar. Além disso, aprendi, desde criança, que quem procura, acha. Não devemos pagar pra ver”, posiciona.

    Por fim, o deputado fala da gratidão pelo esforço dos trabalhadores das diversas categorias essenciais e mencionou de forma especial os que estão na linha de frente da saúde. “A esses trabalhadores, nossa gratidão! Ressalto, aqui, o desempenho dos profissionais da saúde, que um dia assumiram como juramento o compromisso de salvar vidas, e encontram-se na linha de frente, cumprindo a missão, tratando e enxergando a todos, independente da condição social”, diz.

    Leia a íntegra do artigo:

    A LIÇÃO QUE VEM DO INVISÍVEL

    Quando esse vírus bateu à nossa porta, a triste realidade, registrada lá fora, nos empurrou para uma quarentena forçada, como forma de preservar vidas. Quando o problema se instalou por aqui, junto profetizou-se que a letalidade da doença tinha como alvo os idosos e as pessoas com comorbidade. Contudo, os números foram nos mostrando que o vírus pode ser letal em qualquer faixa etária. Basta observar a triste soma crescente de mais de 12 mil mortes e ver que as estatísticas incluem desde crianças a atletas. O extrato do lastimável número supracitado revela que o vírus alcança qualquer idade incluindo pessoas saudáveis e tem apresentado, até aqui, uma taxa de letalidade de 6,8%.

    Sobre o isolamento social, fico com o que preconiza a ciência, até porque não disponho de qualquer embasamento científico para contrariar. Além disso, aprendi, desde criança, que quem procura, acha. Não devemos pagar pra ver. 

    Como temos tido tempo de sobra para pensar, dias atrás me bateu à cabeça que, em que pese a triste realidade que estamos vivendo, esse inimigo invisível tem nos mostrado a importância da família, do diálogo, do abraço fraterno, do sorriso sincero, enfim, temos tido a oportunidade de refletir sobre a própria vida.

    Por isso, na condição de cidadão e chefe de família, gostaria de ponderar sobre alguns outros tantos de invisíveis – cozinheiras, caminhoneiros, caixas de supermercados e farmácias, atendentes, frentistas, motoboys, a faxineira dos hospitais, e tantos outros, cujo trabalho percebemos o quanto é indispensável neste momento. 

    A esses trabalhadores, nossa gratidão! Ressalto, aqui, o desempenho dos profissionais da saúde, que um dia assumiram como juramento o compromisso de salvar vidas, e encontram-se na linha de frente, cumprindo a missão, tratando e enxergando a todos, independente da condição social.

    Primordial, também, o trabalho dos garis e catadores de material reciclável, sem os quais nossas ruas e avenidas não  seriam mais do que simples focos de doenças. Penso que poucos de nós dedicam uma fração do seu tempo para um dedo de prosa com esses maratonistas, muito menos, algum dia, paramos o ser humano que recolhe o lixo na porta de nossa casa para oferecer-lhe um copo com água ou uma xícara de café. 

    Isso, sem falar das quantas vezes que saímos das celebrações religiosas, sem direcionar o olhar para os que se amontoam nas calçadas em busca de ajuda, apesar de sermos todos filhos do mesmo Deus. Afinal, somos todos irmãos, ou não? É tempo de repensar nossas atitudes,  perceber além do visível. E, quando tudo isso passar e vencermos essa batalha, tomara que nos afastemos da pequenez que nos faz individualistas. Que a solidariedade aprendida agora possa dizimar de vez o sentimento de egoísmo que muitas vezes nos leva a ver sem contudo enxergar. E que a lição que vem do invisível seja para nós uma verdadeira lição de vida.

    HUMBERTO AIDAR, radialista e deputado estadual.