Governo brasileiro aprova administração de cloroquina em casos leves
O Ministério brasileiro da Saúde divulgou hoje um protocolo que autoriza a administração de cloroquina até para o tratamento de casos ligeiros de Covid-19 no sistema público de saúde.
Até agora, o protocolo apenas previa o uso de cloroquina – um medicamento usado para tratar doenças como artrite, lúpus e malária e cujos efeitos em pacientes com Covid-19 estão ainda a ser estudados em diversos países, incluindo no Brasil – em casos graves de infeção pelo novo coronavírus.
Apesar de o Ministério da Saúde indicar que teve em conta “diversos estudos e a larga experiência do uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento de outras doenças infeciosas e de doenças crónicas no âmbito do Sistema Único de Saúde”, não há evidências científicas sobre a eficácia deste medicamento no tratamento da Covid-19.
A mudança no protocolo era um desejo do Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, defensor do uso desse fármaco e de derivados no tratamento da doença causada pelo novo coronavírus, independentemente da gravidade do estado clínico dos pacientes.
Segundo o protocolo hoje divulgado pela pasta da Saúde do Brasil, fica a critério do médico a prescrição do medicamento, sendo necessária também a vontade declarada do paciente.
O termo de consentimento, que deve ser assinado pelo paciente, ressalta que “não existe garantia de resultados positivos” e que “não há estudos demonstrando benefícios clínicos”.
O documento indica ainda que o paciente deve ter conhecimento de que a cloroquina e a hidroxicloroquina podem causar “efeitos colaterais” que podem levar à “disfunção grave de órgãos, ao prolongamento da internação, à incapacidade temporária ou permanente, e até ao óbito”.(RTP, emissora pública de Portugal )