Fieg cobra acesso por crédito que não chega a pequenas e médias empresas

Publicado em 21.05.2020 às 19:22

A reclamação é unânime entre micro, pequenos e médios empresários. Apesar da anunciada liberação de linhas de crédito para socorro às empresas diante da retração econômica advinda das medidas para enfrentamento à Covid-19, os recursos não chegam à base empresarial. Atento ao problema, o Conselho Temático da Micro, Pequena e Média Empresa (Compem) da Fieg reuniu empresários para discutir com o diretor de Operações da Goiás Fomento, Fernando Freitas, os principais obstáculos que impedem o acesso às linhas de financiamento. O encontro, por meio de videoconferência, foi realizado terça-feira (19/05), via plataforma Zoom. O assunto havia sido um dos temas da reunião mensal de diretoria da Fieg, no dia anterior, levantado pelo presidente do Compem, Jaime Canedo.

Segundo Fernando Freitas, o governo estadual vem trabalhando em diversas frentes para facilitar o acesso dos empresários goianos aos recursos disponíveis na Goiás Fomento. Para tanto, houve ampliação do limite operado nas diversas linhas, sendo possível a liberação de até R$ 400 mil, dependendo da capacidade de pagamento da empresa. 

Além disso, a agência diminuiu as exigências, deixando de exigir a Certidão Negativa de Débito (CND) – tanto estadual, quanto municipal e federal –, a licença ambiental e o questionário socioambiental. Outra importante ação foi a parceria firmada com os fundos garantidores GarantiGoiás e Fampe (Fundo de Aval da Micro e Pequena Empresa), operado pelo Sebrae.

“Estamos proativos, não só aguardando os empresários, mas procurando-os para sanar as pendências nas propostas e assim liberar os recursos”, garante Fernando Freitas.

Desde março, a Goiás Fomento conta com R$ 500 milhões liberados para operação de cinco linhas de financiamento: Goiás Fomento Turismo Capital de Giro, Microcrédito Produtivo Pessoa Jurídica (PJ), Microcrédito Produtivo Pessoa Física (PF), CredFomento e FCO Capital de Giro Dissociado. Os recursos estão disponíveis para microempreendedores individuais e micro, pequenas e médias empresas.

A gestora do Núcleo de Acesso ao Crédito (NAC) da Fieg, Vanessa Almeida, explica que as empresas com dificuldades no processo da tomada de crédito podem entrar em contato com a Federação das Indústrias. “Estamos aqui para assessorar os empresários goianos”, afirma.

Segundo Vanessa, com a pandemia, o NAC passou a atender ao canal MPME do BNDES exclusivo para micro, pequenas e médias empresas que precisam de crédito e firmou parceria com a GarantiGoiás. “É mais uma opção para quem busca acesso ao crédito.”

Na avaliação do presidente do Compem Fieg, Jaime Canedo, o desafio é fazer com que os recursos cheguem à ponta. Para o empresário, muitas empresas dependem desse acesso para conseguir continuar no mercado.

“A retração econômica é evidente e o micro e o pequeno, apesar de ser a maioria esmagadora da força empreendedora do Brasil, têm mais dificuldades para conseguir os empréstimos, seja pela falta de garantias ou pela complexidade burocrática do preenchimento das propostas”, observa Jaime Canedo.

FORÇA DOS PEQUENOS NEGÓCIOS
De acordo com levantamento do Sebrae, os micro e pequenos negócios representam 99% do total de empresas no Brasil. As pequenas companhias são as que mais geram emprego com carteira assinada, somando 54% dos empregos formais do País. A participação no PIB nacional chega a 27%.