Jânio Darrot defende equilíbrio no combate à pandemia
O prefeito de Trindade, Jânio Darrot (PSDB), em entrevista nesta sexta-feira (22), afirmou que a busca pelo equilíbrio tem norteado suas decisões em relação ao enfrentamento da pandemia do novo coronavírus no município, conhecido pelo turismo religioso. De acordo com Darrot, Trindade tem seguido os protocolos de vigilância epidemiológica, intensificou a fiscalização e trabalha a educação da população, com recomendações de higiene e uso de máscaras e álcool em gel. “Pedimos que saiam apenas em caso de necessidade e que tomem todos os cuidados”, explica.
De acordo com o prefeito, Trindade conta com 72 leitos, “dos quais 10 estão equipados com respiradores”. Situação de momento, informa Darrot, quatro leitos estão ocupados por pacientes com Covid-19 que não necessitam de respiradores e se recuperam bem. Outros 9 pacientes se recuperam em casa, cumprindo isolamento social.
De acordo com a reportagem, ao todo, 20 pacientes já estão curados em Trindade. A cidade registrou dois óbitos, ambos de caminhoneiros que manifestaram a doença a caminho da cidade. Um deles faleceu antes de conseguir retornar a Trindade, o outro chegou a ser atendido na UPA e foi entubado mas não resistiu. Cerca de 150 exames para Covid-19 foram realizados, detalha Darrot.
*Flexibilização* – Darrot decidiu flexibilizar o decreto estadual no dia 20 de abril, possibilitando a reabertura de lojas de eletrodomésticos, vestuário, pequenos comércios e academias. No dia 15 de maio, a flexibilização foi ampliada para a rede hoteleira que passou a funcionar com 65% de sua capacidade e restaurantes e bares, com 50% da lotação.
De acordo com Jânio, os protocolos são rígidos e a fiscalização é feita por 30 fiscais de posturas, que já fecharam cerca de 20 estabelecimentos que não seguiam as normas de segurança. “A reabertura só será autorizada após estarem aptos a atender as pessoas com total segurança e responsabilidade”, observa o prefeito.
Darrot afirma que participou de duas reuniões virtuais de prefeitos com o governador Ronaldo Caiado (DEM), tendo, na oportunidade, apresentado sugestão para que a Secretaria Estadual de Saúde faça um trabalho em parceria com as municipais.
“Sugeri a criação de um protocolo de tratamento. Temos sido bem sucedidos na cura, com medicamentos como vitamina D3, Azitromicina, analgésicos e outras medicações complementares”, detalhou.
“É importante trocar essa experiência. Temos que estar preparados para tratar o paciente no início da doença, no município, isso é muito importante. Temos sido muito bem sucedidos na cura quando começamos a tratar nos primeiros dias de sintomas. Até porque sabemos que a facilidade de proliferação do vírus é grande, apesar de todos os cuidados”, afirma ao defender a criação de um protocolo único.
De acordo com prefeito, apesar de Caiado não ter se manifestado no momento, acredita que o governador irá analisar a sugestão e determinar à SES-GO providências neste sentido. “O governador tem as convicções dele e suas manifestações de preocupação em relação à abertura dos bares e comércio são pertinentes”, analisou, ao pontuar que sua visão é a de que esses locais também cumprem função social. “São milhares de pessoas que tem sua sobrevivência no comércio de bares e restaurantes, então é muito traumático fechar”, pondera.
“É preciso ter o equilíbrio entre a saúde e a sobrevivência das pessoas. Nós também corremos riscos nas farmácias, supermercados e ônibus, então é difícil chegar ao ponto de dizer que tal setor pode ser sacrificado em prol de todos. É tudo muito novo e nós temos que tomar decisões, e elas serão avaliadas e julgadas. Somos passíveis de punições e iremos responder por tudo”, argumenta o prefeito. “Esperamos que os cientistas cheguem a uma vacina, pois, se fosse pontual era só fechar tudo por 60 dias. Mas não é possível prever quanto tempo isso vai levar e as pessoas estão preocupadas em como sobreviver até o fim da pandemia”, completa.
Por fim, Jânio enfatiza que é preciso ter cuidado e equilíbrio, tratar os doentes, fiscalizar o comércio, fazer desinfecções, realizar campanhas educativas e levar informações às pessoas. “Combater a desinformação também é importante. Estamos vivendo uma pandemia que deve durar muito tempo ainda. Alguns dizem que o pico poderá ser em junho, muitos apontam que enfrentaremos o problema até o final do ano. No mundo inteiro também existe uma preocupação com uma segunda onda do coronavírus”, encerra.