Arábia Saudita começa desconfinamento com a peregrinação a Meca no horizonte
A Arábia Saudita inicia na quinta-feira um desconfinamento em três fases que prevê um levantamento gradual das restrições até finais de junho, com o ‘hajj’, a grande peregrinação anual a Meca, em julho, no horizonte.
A agência noticiosa oficial SPA indicou, citando fontes do Ministério do Interior, que a partir de quinta-feira vai diminuir a duração do recolher obrigatório, que passa a ser desde as 15h00 às 6h00, período durante o qual se permitirá a deslocação entre regiões em carro particular.
A segunda fase começará no dia 31 de maio, com um recolher obrigatório ainda mais reduzido (das 20h00 às 6h00), o regresso de algumas atividades económicas e comerciais e o recomeço dos voos nacionais.
As orações de sexta-feira, o dia santo muçulmano, passarão a poder ser feitas nas mesquitas, com exceção da de Meca.
A terceira e última fase está prevista para começar a 21 de junho, quando as autoridades esperam que todas as regiões voltem praticamente à situação prévia à do recolher obrigatório, à exceção de Meca.
Continuarão a ser proibidas as reuniões de mais de 50 pessoas e os cidadãos terão de usar máscara para travar a propagação da Covid-19.
Meca, que recebe anualmente milhões de muçulmanos de todo o mundo, tem sido um dos focos da infeção do novo coronavírus no reino.
As autoridades suspenderam no final de fevereiro a “peregrinação menor” a Meca, que se realiza durante o ano inteiro, e desde março estão suspensas as orações públicas nas cidades sagradas de Meca e Medina, mas não suspenderam oficialmente o ‘hajj’, a grande peregrinação anual.
O Governo saudita tem vindo a pedir aos muçulmanos em todo o mundo que atrasem as reservas e os preparativos para o ‘hajj’ face à incerteza, mas nos últimos dias multiplicaram-se os apelos a Riade para que informe sobre se haverá ou não ‘hajj’ este ano.
Meca registou 14.548 casos de infeção, atrás de Riade, a capital do reino, com 16.234 infetados.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a Arábia Saudita é o país árabe do Médio Oriente com mais casos de Covid-19, 74.795, incluindo 399 mortos.(RTP, emissora pública de Portugal)