• Austrália alerta viajantes para risco de “prisão arbitrária” na China

    Publicado em 7.07.2020 às 08:51

    O Governo de Camberra avisou hoje os cidadãos australianos que correm risco de “prisão arbitrária” caso se encontrem de visita à República Popular da China. 

    O Departamento de Comércio e Negócios Estrangeiros da Austrália lançou um alerta aos viajantes e turistas avisando que na República Popular da China as “autoridades já detiveram estrangeiros porque `puseram em causa a segurança nacional`”.

    “Os australianos correm também risco de prisões arbitrárias”, indica a nota oficial do governo de Camberra. 

    Ainda não se conhecem os detalhes sobre o que provocou o aviso, que deverá degradar as relações comerciais bilaterais, que já começaram a tornar-se mais tensas depois de a Austrália pedir uma investigação independente acerca da origem da pandemia de SARS-coV-2 (covid-19) que terá começado em território chinês.

    Por outro lado, o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison disse na semana passada que o Executivo está a analisar a possibilidade de oferecer proteção aos residentes da Região Administrativa Especial de Hong Kong ameaçados pela nova lei de segurança nacional imposta por Pequim.

    A Austrália criticou igualmente a República Popular da China pela acusação de espionagem, em março, do escritor sino-australiano Yang Hengjun conhecido pelos livros sobre espiões.

    O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China, Zhao Lijian, disse hoje que desconhece o aviso dirigido aos turistas australianos e que Pequim garante a salvaguarda dos direitos aos estrangeiros que visitem o país.

    “Desde que os estrangeiros na China ???????acatem as leis e os regulamentos, não é preciso nenhum receio”, disse o porta-voz na conferência de imprensa diária em Pequim.

    O novo aviso de Camberra não deve afetar as deslocações de australianos à República Popular da China porque anteriormente foram lançados avisos sobre os riscos de contaminação pela covid-19. 

    O último relatório anual da Amnistia Internacional refere que Pequim “legalizou as detenções secretas e arbitrárias”, em 2019.

    O mesmo relatório indica que aumentou o risco de tortura e práticas violentas de interrogatório na República Popular da China.

    RTP, emissora pública de Portugal