Setor sucroenergético defende uso do etanol e novos investimentos em reunião com Caiado
Estimular novos investimentos no setor sucroenergético e incentivar o consumo de etanol nos veículos. Essas foram as principais pautas de reunião virtual entre representantes da indústria e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado. O encontro, realizado segunda-feira (06/07), contou com participação dos presidentes dos Sindicatos das Indústrias de Fabricação de Açúcar e de Etanol do Estado de Goiás (Sifaeg/Sifaçúcar), André Rocha, e da Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial), Otávio Lage de Siqueira. Do lado do governo, acompanharam os secretários Adonídio Neto Vieira Júnior (Indústria e Comércio), Cristiane Schmidt (Economia) e Adriano Rocha Lima (Governadoria).
Na webconferência, os representantes do setor sucroenergético solicitaram apoio do governo estadual para a sanção de dois projetos de lei de autoria do deputado Lissauer Vieira, já aprovados pela Assembleia Legislativa. Um deles institui a política estadual Na Hora de Abastecer, Escolha Etanol. A medida busca estimular o consumo do etanol como combustível menos poluente na atmosfera, além de assegurar a operacionalização do segmento em Goiás, promovendo a manutenção de empregos diretos e indiretos, diante dos impactos provocados pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
“Goiás é o segundo produtor nacional de cana-de-açúcar e de etanol. O setor gera empregos, renda e riqueza no interior de nosso Estado. Apoiamos a iniciativa do deputado Lissauer Vieira, que prevê publicidade nos postos de combustível e incentiva que os veículos flex do poder público abasteçam com etanol”, explica André Rocha.
O movimento pró-etanol, aprovado por meio do PL 2533/2020, nasceu no município de Cachoeira Alta, no Sudoeste Goiano, buscando estimular funcionários, empresários, políticos e a comunidade dos municípios impactados pelos investimentos do setor a gravar vídeos de incentivo ao consumo. “Inclusive, solicitamos ao governador Ronaldo Caiado que fosse o primeiro governador a gravar esse vídeo, estimulando o uso do etanol pelas qualidades do produto para o meio ambiente e a economia de Goiás”, afirmou o presidente executivo do Sifaeg/Sifaçúcar.
Outro tema abordado na reunião com o governador Ronaldo Caiado e secretários estaduais foi a estadualização de rodovia próxima a Acreúna, também no Sudoeste, e Paraúna, na Região Oeste Goiano. A estrada dá acesso à região e à Usina Nova Gália, maior empregadora e contribuinte, respectivamente, das duas cidades.
De acordo com André Rocha, a aprovação da proposta viabilizaria investimentos superiores a R$ 130 milhões, permitindo à Usina de Nova Gália praticamente dobrar sua produção. “Esse asfalto seria feito pela empresa e depois compensado com crédito outorgado em modalidade já utilizada por outras empresas. A obra vai promover o crescimento da produção e, consequentemente, o incremento do pagamento de impostos e da arrecadação do governo, além de gerar mais empregos para a região”, argumentou.
PROGOIÁS
O ProGoiás também entrou na agenda da reunião com Ronaldo Caiado, no que se refere ao veto que impede as empresas que têm o crédito outorgado do anidro a migrarem do Produzir para o novo programa. A secretária da Economia, Cristiane Schmidt, disse que a questão será resolvida com alteração na Lei do Protege para que as empresas que sigam produzindo anidro não precisem migrar para o ProGoiás, equalizando assim o pagamento do Protege.
TRIBUTAÇÃO E RENOVABIO
Dois assuntos ligados ao setor sucroenergético em âmbito nacional também foram pauta da webconferência com representantes do governo estadual. “Solicitamos o apoio do governador com relação à renovação da tarifa de importação de etanol dos Estados Unidos e ao veto da taxação do Renovabio na Medida Provisória 897”, disse André Rocha, que ressaltou a atuação de Ronaldo Caiado frente a esses assuntos quando congressista, principalmente no último mandato como senador.
Quanto à tarifa de importação, o Sifaeg/Sifaçúcar defende que a manutenção do patamar de 20% é fundamental para os produtores diante da queda acentuada do consumo do combustível no Brasil. André Rocha lembrou que, no caso do açúcar, não existe reciprocidade por parte do governo Trump, que não abre o mercado americano para o produto brasileiro. “Solicitamos apoio do governador a esse pleito para que ele faça gestões junto aos ministérios da Agricultura e da Economia para que essa taxa seja mantida”, disse o executivo.
O setor pediu ainda ajuda em relação ao avanço do Programa Renovabio, que inclusive foi aprovado com apoio do governador quando era senador. “O passo agora para o avanço do programa é a comercialização dos CBios (créditos de descarbonização) e isso passa pela taxação do crédito, sendo que o setor defende que seja de 15% e o governo está exigindo 40%.”