• Há 15 anos, São Paulo conquistava a América pela terceira vez

    Publicado em 14.07.2020 às 13:34

    O dia 14 de julho certamente é inesquecível para os torcedores do São Paulo. Há exatos 15 anos, o Tricolor Paulista goleou o Athletico, por 4 a 0, e se tornou o ‘dono’ da América pela terceira vez em sua história, sendo o primeiro time brasileiro a alcançar tal marca continental.

    Atuando em um Morumbi completamente lotado, com mais de 70 mil pessoas, a equipe são-paulina não deu chances aos paranaenses. Após empatar por 1 a 1 na partida de ida, o clube precisava de uma vitória simples para levantar o troféu sul-americano. Mas o que se viu foi uma atuação de gala tricolor para não deixar dúvidas sobre a conquista.

    Dono de grandes atuações ao longo da competição, Cicinho foi um dos grandes destaques do São Paulo naquela cconquista. “O principal trunfo e maior mérito que tivemos foi a união daquela equipe. Nosso time, praticando um bom futebol, chamava a atenção até dos adversários. Nós ganhamos o respeito de todos com boas exibições e pela maneira de jogar. Não menosprezávamos ninguém, sempre tratamos todos com respeito. Não é porque estávamos vivendo um grande momento que iriamos deixar a soberba tomar conta”, disse antes de ressaltar a importância do técnico Paulo Autuori.

    “Além da união do elenco, acredito que o Paulo Autuori também foi um destaque, já que soube extrair o melhor de cada jogador para as partidas decisivas. Ele já chegou pegando uma equipe vitoriosa, que vinha do título paulista, dando somente a sequência. Então não pegou um time que estava acostumado com derrota, não. Chegou em um time acostumado a vencer, e usou dessa boa fase e a união do grupo para conquistarmos os objetivos”, analisou o lateral.

    No ano anterior, o São Paulo chegou perto de conquistar a Libertadores, mas caiu na semifinal para o futuro campeão Once Caldas-COL. Mas apesar de não levantar a taça no ano anterior, o ex- lateral-direito tricolor acredita que a campanha em 2004 serviu de lição para o sucesso há 15 anos. “Nós sabíamos que as dificuldades iriam ser imensas, e em 2004 ficou aquele gostinho de ‘quero mais’. Nós procuramos o que? Acertar o que tínhamos errado, então a preparação foi totalmente diferente, a concentração foi outra, e acabou dando certo”, revelou.

    Decisão
    Digna de uma final continental, a partida começou com boas chances para as duas equipes. Aos sete minutos, o zagueiro Lugano levou perigo com uma cabeçada da pequena área, mas a bola foi para fora. Os paranaenses não demoraram para responder, e quase abriram o placar aos 12: após Fabricio cobrar falta, Alex desviou de cabeça e quase marcou contra.

    O susto aumentou ainda mais o ímpeto são-paulino. Aos 16, o São Paulo abriu o placar em uma bela jogada construída com uma tabelinha entre Danilo e Luizão, que chutou para o gol. O goleiro do Athletico defendeu parcialmente, e no rebote, Danilo aproveitou para cruzar na cabeça de Amoroso.

    Já no final do primeiro tempo, o São Paulo perdeu a oportunidade de ampliar. Aos 42, Danilo chutou forte e a bola passou raspando a trave do goleiro adversário. Nos acréscimos, os paranaenses provaram que ainda estavam no jogo: em cobrança de fala, Fabricio acertou a trave do goleiro Rogério Ceni.

    Na segunda etapa, o Athletico começou pressionando os mandantes, mas a pressão não surtiu efeito. Logo aos sete minutos, o São Paulo ampliou a vantagem em uma cabeçada mortal do zagueiro Fabão, após cobrança de escanteio.

    A partir do segundo gol, o São Paulo tomou conta da partida. Aos 25, após grande jogada pela direita, Amoroso cruzou e Luizão tocou sem trabalho para ampliar o placar. Aos 43, Diego Tardelli fechou a conta: 4 a 0. O São Paulo conquistava a Copa Libertadores pela terceira vez em sua história, sendo o primeiro time brasileiro a alcançar tal marca.

    Campanha
    O São Paulo se classificou para a Copa Libertadores de 2005 após alcançar a terceira colocação no Campeonato Brasileiro do ano anterior. A equipe brasileira caiu no Grupo C, que também contava com a Universidade de Chile-CHI, Quilmes-ARG e The Strongest-BOL.

    O Tricolor Paulista não teve muitos problemas para garantir a classificação, indo às fases posteriores na liderança do grupo. O time somou 12 pontos, com três vitórias e três empates –a equipe chilena da Universidad de Chile, ficou em segundo.

    Nas oitavas, o São Paulo teve um clássico pela frente. Enfrentando o Palmeiras, o Tricolor venceu as duas partidas (1 a 0 e 2 a 0) para seguir adiante no sonho da conquista continental. Nas quartas, o time aplicou um 4 a 0 sobre o Tigres-MEX, e a vitória por 2 a 1 dos mexicanos na segunda partida passou longe de ameaçar a classificação dos brasileiros.

    Nas semifinais, o adversário seria uma das grandes potências da América do Sul: o River Plate-ARG. O São Paulo bateu de frente e conseguiu vencer a primeira partida por 2 a 0. na Argentina, o Tricolor novamente saiu vitorioso, dessa vez com um placar de 3 a 2, garantindo sua vaga na grande final.

    Falando justamente da partida contra os argentinos, Cicinho classificou o confronto como um dos mais marcantes na campanha do título. “Nós tivemos vários momentos marcantes, como os duelos contra o Palmeiras pelas oitavas. Mas o que está na minha memória como um momento crucial, foi o jogo contra o River Plate. Eu não participei, porque estava com a seleção brasileira na Alemanha, e acompanhei pela televisão. Eu torci muito para que o nosso time conquistasse a vitória e conseguisse chegar na grande decisão. Então esse foi o momento mais difícil no meu caso, porque não pude jogar. Acompanhei de longe a vitória sobre o River na Argentina e chegamos com muita moral na final”, finalizou.

    Ficha técnica:
    São Paulo 4 x 0 Athletico – (Final – Libertadores)
    Local: estádio do Morumbi, em São Paulo (SP);
    Data: 14 de julho de 2005, quinta-feira;
    Horário: 21h45 (horário de Brasília);
    Árbitro: Horácio Elizondo (Argentina);
    Assistentes: Rodolfo Otero e Juan Carlos Rebollo (ambos da Argentina);
    Público: 71.986 pagantes;
    Cartões amarelos: Lugano, Fabão e Danilo (São Paulo); Evandro, Cocito e André Rocha (Atlhetico);
    Gols: Amoroso, aos 16 minutos do primeiro tempo, Fabão, aos 7, Luizão, aos 25 e Diego Tardelli, aos 43 minutos do segundo tempo.

    São Paulo: Rogério Ceni; Fabão, Diego Lugano e Alex; Cicinho, Mineiro, Josué, Danilo e Junior (Fábio Santos); Amoroso (Diego Tardelli) e Luizão (Souza). Técnico: Paulo Autuori.

    Athletico: Diego; Jancarlos, Danilo, Durvão e Marcão (Fernandinho); Cocito, André Rocha (Alan Bahia), Evandro e Fabrício; Lima (Rodrigo) e Aloísio. Técnico: Antônio Lopes. (Fotos site da FPF)