Fieg lança programa com oferta de 20 mil vagas gratuitas em cursos de qualificação e consultoria técnica para indústrias
Diante da pandemia do novo coronavírus, que paralisou as atividades econômicas há mais de três meses, obrigando muitas empresas a suspender temporariamente contratos trabalhistas ou a reduzir salários, a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) lançou hoje (20/07) iniciativa destinada a reverter a crise que afeta, indistintamente, o mercado de trabalho e o próprio setor produtivo.
Com duas vertentes – qualificação profissional e consultoria técnica –, o programa Indústria + Forte, executado pelo Sesi e Senai, foca na oferta de cursos gratuitos para trabalhadores da indústria, jovens em busca do primeiro emprego e desempregados. Em uma das estratégias, serão disponibilizados vouchers que dão direito a cursos de qualificação a distância para colaboradores das indústrias contribuintes do Sesi e Senai. Já as consultorias técnicas visam à melhoria de processos e produtos, de olho na melhoria da eficiência operacional e no aumento de produtividade das indústrias.
A estimativa inicial é oferecer 20 mil vagas gratuitas em 25 diferentes cursos de qualificação profissional a distância (EaD), explica o presidente da Fieg e dos Conselhos Regionais do Sesi e Senai, Sandro Mabel, adiantando que o programa se propõe a ser a solução para o momento de dificuldades financeiras pelas quais as pessoas estão passando neste momento em razão da perda de renda ou mesmo de lugar no mercado de trabalho. “Esses trabalhadores precisam estar aptos ao chamado ‘novo normal’, com a vantagem de não gastar dinheiro, já que a capacitação terá custo zero”, afirma.
Em meio à crise econômica gerada pela pandemia, Goiás fechou 26.755 vagas com carteira assinada entre março – quando foi registrado o primeiro caso de Covid-19 no País – e maio último, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados no fim de junho pelo Ministério da Economia. No mês de maio, o saldo líquido entre a abertura e o fechamento de vagas foi negativo em 4.581 empregos. No acumulado do ano, o saldo negativo soma 7.268 vagas fechadas.
“Existe um contingente muito grande de trabalhadores que estão ou com contrato suspenso ou com o salário reduzido, ou trabalhando em casa, ou tudo junto. Essas pessoas têm tempo de fazer uma qualificação profissional, precisam se requalificar para se adaptar a uma nova realidade que está batendo a nossa porta, porque assim que a epidemia passar todos têm que estar prontos, preparados para o futuro, e com este programa estamos gerando esta oportunidade.”
Com duração acima de 160 horas, os cursos oferecidos abrangem 11 áreas industriais. Entre eles, estão desenhista mecânico, assistente de operações logística, operador de microcomputador, supervisor inovador, auxiliar de microbiologia e assistente de operações logísticas. A iniciativa vai possibilitar a ampliação do quadro de profissionais qualificados nas indústrias, a requalificação de trabalhadores e a preparação de desempregados para reinserção no mercado de trabalho.
Nas consultorias técnicas, as micro, pequenas e médias indústrias também serão atendidas pelo programa com serviços de tecnologia e inovação, em ações especializadas voltadas para a eficiência energética, otimização de processos e preparação para indústria 4.0. O foco é o fortalecer o parque industrial goiano, com aumento da produtividade e competitividade, além de ajudar na retomada gradual e segura das atividades econômicas. A Fieg, através das competências do Sesi e Senai, por meio do programa Indústria Mais Forte, age para que quando esta fase passar, as indústrias estejam mais bem preparadas para competir e os trabalhadores mais qualificados para produzir.
O programa foi lançado por meio de videoconferência, acompanhada por autoridades como o Secretário Municipal de Educação e Esporte, Marcelo Costa; o Procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho em Goiás, Tiago Ranieri de Oliveira; o deputado estadual Wagner Camargo Neto; Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Ciência e Tecnologia, Walison Moreira e os vereadores Sabrina Garcez e Gustavo Cruvinel.
“Esse exemplo da Fieg se preparando, dando amparo aos empresários, dando alternativas e apontado saídas, acho que esse é o caminho para nós vencermos esse momento de adversidade e todos os outros que virão adiante”, disse o Secretário Municipal de Educação e Esporte durante a vídeo conferência.

Para o Procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho em Goiás, a equipe e o presidente da Fieg, estão na linha certeira do que espera o período pós-crise, que é o investimento em educação e qualificação. “Foca não somente na excelência nos processos de produção, mas também na qualificação e segurança desse trabalhador que acaba impactando toda a nossa sociedade na rede de saúde, sócioassistencial, na própria rede de educação e na nossa economia. Parabéns! Contem como o Ministério Público do Trabalho. ”
Na videoconferência, o Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Ciência e Tecnologia lembrou que o número de desempregados em Goiânia, até maio, foi de maio 16 mil. “Programas como esse são importantes demais para trabalhadores nesse momento. Consigo ajudar vocês a bater essa meta por meio do Sine”, propôs Walison.
FIEG DO BEM
No final da videoconferência, Sandro Mabel lembrou que a Fieg Solidária entregou alimentos, nesta segunda-feira, e está indo rumo a 100 toneladas de produtos arrecadadas, meta prevista para o mês de agosto. “Parabéns a nossa equipe! Essa é a Fieg do Bem, a Fieg que trabalha muito. A nossa meta há 70 anos é justamente qualificar e melhorar a vida das pessoas”, ressaltou.
Segundo o presidente, quem passa pelo Sesi, Senai, Fieg e IEL, são profissionais que ganham mais no mercado de trabalho, são mais reconhecidos e têm mais oportunidades de emprego. “Qualificar é herança que ninguém tira da gente. Investiu, qualificou, ninguém nunca mais tira de você esse patrimônio. Educação é um patrimônio! Você adquire e vai carregar a vida toda. O mundo está mudando, o Sistema S está mudando com a mesma velocidade e cada vez mais ensinamos coisas mais modernas”, finalizou.