Cooperativas estão prontas para revolução do sistema financeiro, diz OCB-GO

Publicado em 23.07.2020 às 19:24

Debate on-line promovido pelo Sistema OCB-GO, o GoiásCoop Live abordou as transformações tecnológicas e regulatórias do sistema financeiro nacional e o impacto nas cooperativas de crédito. O conceito de Open Banking, que permite a integração das plataformas digitais das diferentes instituições, e o PIX, que é uma nova ferramenta para fazer transferências e pagar contas de forma direta e rápida, são novidades que abrem uma janela de oportunidades para as cooperativas de crédito, que já estão num patamar avançado quanto uso de novas tecnologias, avaliaram os participantes do debate.  A live contou com a participação do analista de sistemas Fabiano Amaro, consultor da Matera, empresa de soluções tecnológicas para o mercado financeiro; Volmar Machado, diretor-executivo de TI na Confederação Sicredi; e Márcio Alexandre, superintendente de Tecnologia e Governança do Sicoob. O debate foi mediado pelo presidente do Sistema OCB-GO, Luís Alberto Pereira.  “O Open Banking permite a abertura de acesso a terceiros partindo da premissa de que os dados financeiros são do cliente, e não da instituição. Desta forma, é possível agregar na conta, por exemplo, o aplicativo para pagar o sistema de transporte de forma instantânea”, explica Fabiano Amaro. Isto significa que as pessoas poderão movimentar os recursos de suas contas a partir de diferentes plataformas e não só pelo aplicativo ou site do banco, o que abre uma série de possibilidades para as fintechs e bancos tradicionais, bem como riscos de mercado.  Márcio Alexandre, do Sicoob, contou que a instituição vem se preparando para essa mudança de paradigma do sistema financeiro com bons resultados. “Os reais impactos ainda serão conhecidos mais adiante. Mas o Sistema Sicoob já vem discutindo tanto Open Banking quanto pagamento instantâneo desde 2017. Nosso cooperado já teve acesso a alguns produtos, como o Sicoob Pay. Estamos aprimorando as funcionalidades e levantando as oportunidades que esse novo sistema traz”, afirmou Márcio Alexandre. Ele conta que, de forma geral, o cliente do Sicoob já é muito digitalizado e que 84% das transações da instituição são feitas pelo meio digital, sendo que a plataforma mobilie (o aplicativo para smartphone) é responsável por 64% deste volume. “Nossos cooperados consomem bastante esses produtos e com certeza não será diferente quando avançarmos mais em pagamento instantâneo e Open Banking”, concluiu.  Volmar Machado, do Sistema Sicredi, complementou que a pandemia do coronavírus acelerou o processo de digitalização dos clientes das instituições financeiras. Ele contou que o volume de transações nos canais eletrônicos do Sicredi cresceram em junho 135%, no comparativo com o mesmo mês de 2019. “O que estamos vendo com Pix e Open Banking é uma revolução muito maior do mercado do que a instituição do Sistema de Pagamentos Brasileiro, de 2002. O que o órgão regulador (Banco Central) tem como objetivo, e nós também buscamos oferecer aos nossos associados, é a melhor experiência possível no uso dessas ferramentas, para que as pessoas utilizem produtos com maior eficiência, praticidade e possam compartilhar esses produtos e serviços através de sistemas abertos”, afirmou Volmar. Ele destacou que esses avanços regulatórios e, principalmente, tecnológicos, estão alinhados com os princípios básicos do cooperativismo. “O que se está buscando é uma maior inclusão e maior interoperabilidade das movimentações financeiras, o que diz respeito a tudo aquilo que preconizamos no sistema cooperativista, que é  fomentar os negócios e o crescimento dos nossos associados”, disse Volmar.  Todos participantes concordaram que as cooperativas de crédito estão muito bem posicionadas nesta corrida tecnológica e ainda oferecem como diferencial um modelo de negócios que dá retorno para a comunidade. “Nosso diferencial é a economia com face humana, pois atrás do CNPJ existem vários CPFs. Então oferecemos sentido e propósito. Vamos ter que saber comunicar de forma cada vez mais eficiente esse valor que temos atrás dos serviços, que é um valor intangível, mas que pode nos dar competitividade”, afirmou o presidente do Sistema OCB-GO, Luis Aberto Pereira.(A Redação)