• EUA e China assinam primeira fase de acordo comercial

    Publicado em 15.01.2020 às 20:19

    A China e os Estados Unidos assinaram nesta quarta-feira (15), na Casa Branca, um acordo inicial para ultrapassar as disputas comerciais entre os dois países, após meses de uma crise que abalou a economia mundial. Durante a assinatura, Donald Trump frisou os esforços para “reparar erros do passado” e o seu homólogo chinês disse esperar que os EUA tratem “com justiça” as empresas da China.

    “Juntos estamos a reparar os erros do passado e a proporcionar um futuro de justiça econômica e de segurança para os trabalhadores, agricultores e famílias dos Estados Unidos”, declarou o presidente norte-americano, lado a lado com o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He.

    Trump disse ainda que começará a trabalhar na segunda fase deste acordo “assim que a poeira assentar” e disse esperar que não haja uma terceira fase. “Este é um fantástico acordo para os Estados Unidos”, acrescentou.

    Trump procurou um tom conciliador durante a cerimônia na Casa Branca, dizendo que entende a posição de negociação dura por parte da China e mostrou-se receptivo a “tudo fazer para que as divergências que ainda existem sejam superadas”, sem culpar diretamente a parte chinesa pelas dificuldades nas rodadas de conversas diplomáticas.

    “Eu não culpo a China. Culpo as pessoas que estiveram aqui [na Casa Branca] no passado”, disse Trump, acusando governos anteriores de nunca terem tentado um acordo comercial com a China.

    Já o presidente da China, Xi Jinping, defendeu, em uma carta lida pelo seu vice, que a assinatura deste acordo inicial demonstra que as duas potências conseguem resolver as suas diferenças e encontrar soluções com base no diálogo.

    “As duas partes devem cumprir com o acordo comercial de modo a alcançar maiores progressos na cooperação bilateral”, disse o presidente chinês. “Espero que os Estados Unidos tratem as empresas da China com justiça”.

    “Espero também que os Estados Unidos apoiem a colaboração entre escolas, institutos de investigação e empresas dos dois países”, declarou Xi Jinping, que garantiu estar disposto a permanecer em contato próximo com Donald Trump.

    O que diz o acordo?

    Segundo o acordo, a China compromete-se a importar um total de 200 mil milhões de dólares (180 mil milhões de euros) em bens oriundos dos Estados Unidos, incluindo produtos agrícolas, para reduzir o déficit comercial entre os dois países.

    Ao mesmo tempo, a China compromete-se a não manipular o valor da moeda e a proteger a propriedade intelectual das empresas norte-americanas, em troca de uma suspensão parcial das taxas alfandegárias impostas por Washington sobre bens importados da China.

    No entanto, o acordo não anula a maior parte das taxas punitivas impostas pelos EUA sobre US$ 360 mil milhões de produtos importados da China e exclui reformas profundas no sistema econômico chinês, incluindo a atribuição de subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa.

    Os Estados Unidos vão assim manter taxas alfandegárias adicionais de 25% sobre US$ 250 bilhões de dólares de bens importados da China e de 7,5% sobre mais US$ 120 bilhões.
    (Por  RTP – emissora pública de televisão de Portugal)