• Beirute: libaneses em protesto enchem ruas da capital

    Publicado em 8.08.2020 às 15:22

    Os protestos, na sequência das explosões da última semana no porto de Beirute, deram lugar, este sábado, a violência, como testemunhou a enviada especial da RTP à capital libanesa, Rosário Salgueiro

    O Líbano já enfrentava uma crise humanitária, mas as Nações Unidas receiam que agora, após as devastadoras explosões ocorridas na terça-feira em Beirute, a situação se agrave. Embora o Governo libanês admita que a causa possa ter sido de “interferência externa”, as Nações Unidas pediram uma investigação independente ao sucedido.Agências da ONU lançaram um apelo urgente à solidariedade internacional para com o Líbano, depois de a capital ter sido devastada na terça-feira por duas explosões, causando pelo menos 154 mortos, mais de cinco mil feridos e 300 mil desalojados.
    A crise humanitária vivida no Líbano não é recente, mas no rescaldo de um acidente devastador e em pleno contexto pandémico, a ONU alerta para o risco de a situação piorar. 

    Antes da explosão que devastou parte da cidade de Beirute, 75 por cento dos libaneses já precisavam de ajuda, 33 por cento estavam desempregados e cerca de um milhão de pessoas vivia abaixo da linha da pobreza.

    A agência humanitária Programa Alimentar Mundial disse, esta semana, que com a destruição do porto de Beirute, o fornecimento de alimentos no território podia ser atrasado ou mesmo interrompido e, em consequência, os preços podiam aumentar. A escassez de comida já se sente e a população, ainda em choque, começa a recear a falta de produtos alimentares e a dificuldade de aceder até aos mais básicos.
    A organização vai enviar cinco mil pacotes de comida, suficientes para alimentar famílias de cinco pessoas durante um mês, e planeia importar farinha de trigo e grãos para ajudar a suprir a escassez no território.(RTP, emissora pública de Portugal)