Fórum da Saúde debate amamentação em tempos de pandemia

Publicado em 11.08.2020 às 22:15

O incentivo à amamentação, mesmo nestes tempos de pandemia, foi a tônica da quinta edição do Fórum da Saúde, promovido pelo Governo de Goiás, na tarde desta terça-feira, 11. Mediado pela gerente de Atenção Primeira da Superintendência de Atenção Integral à Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (Sais/SES-GO), Ticiane Nakae, a “live” Agosto Dourado – Aleitamento Materno no Contexto da Covid-19 foi transmitida no canal da SES no Facebook, com informações riquíssimas para profissionais de saúde, futuras mamães e também aquelas que estão na fase de amamentação de seus bebês. 

Na abertura das apresentações, a professora do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Goiás (UFG), Marta Rovery de Souza, abordou o tema Aleitamento Materno e Maternindade: Mitos e Concepções. Ela encampa a defesa da Organização Mundial de Saúde (OMS) de que o aleitamento materno é garantia de crianças mais saudáveis, o que justificou por meio de dados do Estudo Nacional de Amamentação e Nutrição Infantil. 

A professora ressaltou, porém, que a responsabilidade pela amamentação não pode ser apenas da mãe, mas de toda a sociedade. “Se quisermos bebês saudáveis, precisamos cuidar da mãe”, avisou. “Se a primeira vivência de amamentação foi desastrosa, se não deu certo, a mãe não tenta mais”, acrescentou. Nesse aspecto, abriu um parêntese para falar sobre o papel dos profissionais de saúde. “Se todos dividirmos as responsabilidades, as chances de obtermos níveis melhores de amamentação são muito grandes”, previu. 

Pré-natal
O alerta da professora foi reforçado, com adaptação, pelo preceptor da residência em gineco-obstetrícia do Hospital Materno-Infantil (HMI), João Lino Franco Borges, que falou sobre Boas Práticas Materno-Infantil no Contexto da Pandemia. Segundo o médico, o sucesso da amamentação passa pelo pré-natal. “Uma mulher que tem vivencia negativa do parto, muito provavelmente estará indisposta para amamentar”, afirmou. De acordo com ele, esse risco aumentou com a pandemia.

Mas o profissional ressaltou que não há evidências científicas de que as grávidas sejam grupo de maior índice de complicação, caso tenham covid-19. “Considero um grupo especial”, definiu, para destacar a exigência a todas as futuras mamães de tomarem todos os cuidados preventivos, como distanciamento, higienização, máscaras. “Não há mais chances de pegar covid-19 nem evoluir para mais quadros graves por estar grávida, segundo a literatura da medicina”, disse ainda, para excepcionar aquelas que fazem parte dos grupos de risco, como as cardíacas, diabéticas, entre outras.

Benefícios
Em sua explanação sobre Cuidados ao Recém-Nascido no Cenário da Covid-19: um Olhar sobre o Aleitamento Materno, o médico da Gerência de Atenção Primária da SES, Carlos Magno da Fonseca, defendeu que os benefícios da amamentação superaram os possíveis riscos de transmissão do coronavírus pelo leite materno, pensamento que o guiou por toda a apresentação. “Quando vou orientar a mãe sobre amamentação, não posso colocar como único parâmetro o risco do coronavírus, mas os benefícios e os riscos da não amamentação. Qual é o maior?”, disse.
 
Para referendar sua avaliação, o médico apresentou uma orientação do Ministério da Saúde (MS), segundo a qual a amamentação deve ser continuada no caso de infecção pela Covid-19, desde que a mãe deseje amamentar e esteja em condições clínicas para tal. O MS considera que é preciso considerar os benefícios da amamentação e a ausência científica sobre transmissão por meio da amamentação e que não há recomendação para suspender o aleitamento materno por outras infecções. 

Se os três profissionais defendem na “live” a amamentação, mesmo nestes tempos pandêmicos, eles também deixam bem claro que é preciso, sim, tomar todos os cuidados contra a transmissão pelo coronavírus. Sempre considerando o direito da criança ao acesso a um alimento indispensável nessa fase da vida, mas respeitando também a convicção dos pais sobre o que é melhor para a criança e a família. 

Transmissão completa
Realizado em parceria com a Comunicação Setorial (Comset) da SES-GO, o Fórum da Saúde visa alcançar o maior número de profissionais possível, tanto na rede pública quanto na rede privada, permitindo que eles se interajam com os participantes em tempo real, disseminando informações importantes para o conhecimento da população. Para assistir à transmissão completa, clique no endereço https://www.facebook.com/saudegoias/videos/2654303894897775/?app=fbl

A próxima “live” está marcada para o dia 25 de agosto, sob o tema Gestão em Saúde em Tempo de Pandemia – Desafios Frente à Nova Realidade do País.