• Austrália vai fornecer gratuitamente vacina da AstraZeneca a todos os cidadãos

    Publicado em 19.08.2020 às 07:48

    A Austrália fechou um acordo com o grupo farmacêutico sueco-britânico AstraZeneca para produzir e fornecer gratuitamente uma potencial vacina contra a Covid-19 a todo a população. A Astrazeneca, com sede no Reino Unido, está a desenvolver a vacina em conjunto com a Universidade de Oxford. Esta é uma das cinco vacinas atualmente no nível três de testes, ou seja, o último do processo, e os investigadores esperam ter resultados até ao final do ano. 

    A vacina de Oxford é uma das mais avançadas e promissoras do mundo e, com este acordo, garantimos o acesso antecipado a todos os cidadãos”, afirmou o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, que esteve nos laboratórios da AstraZeneca em Sidney. “Se a vacina for bem-sucedida, iremos fabricar e fornecer vacinas gratuitamente aos 25 milhões de australianos”, sublinha. 

    No entanto, Scott Morrison reconhece que existem “grandes obstáculos” na produção de uma vacina bem-sucedida. Mas, o projeto Astrazeneca “é uma das melhores perspetivas do mundo”

    O país ainda não assinou um acordo final com o grupo farmacêutico sobre o preço da vacina e ainda não foi escolhido nenhum fabricante local. 

    Este é o primeiro acordo assinado pela Austrália, mas o primeiro-ministro adianta que o país está a discutir com “outro interlocutores no mundo” sobre potencias vacinas e a apoiar o esforço dos cientistas locais. 

    O primeiro-ministro australiano também garantiu que o país mantém a promessa de dar acesso rápido à futura vacina aos países do Pacífico e aos seus parceiros regionais no sudeste asiático.

    Recentemente, Scott Morrison pediu a todos os países que partilhassem a futura vacina, afirmando acreditar que qualquer país que descubra uma vacina eficaz e não a partilhe “será muito mal avaliado pela História”.Surto no Estado de Vitória 
    Austrália foi considerada um dos países mais bem-sucedidos no controlo da epidemia, até que um surto no Estado de Victoria alterou essa imagem.
    As autoridades ordenaram um recolher obrigatório noturno e o encerramento de empresas não essenciais até, pelo menos, 13 de setembro em Melbourne, a segunda maior cidade do país.
    O Estado de Vitória registou, na terça-feira mais 222 novos casos de infeção e 17 mortos. O número de casos ativos é agora de 7274. Ontem, um epidemiologista afirmou que 99 por cento dos casos no Estado de Vitória tiveram origem em hotéis designados para a quarentena de viajantes internacionais em Melbourne

    O epidemiologista Charles Alpren disse ainda que a sequência do genoma indica que 90 por cento dos casos do surto estarão ligados a uma família de quatro pessoas que regressou à Austrália em 9 de maio e efetuou quarentena no Hotel Rydges.

    As declarações de Alpren coincidem com as de Ben Howden, diretor do Instituto Doherty, que disse aos investigadores que 99% dos casos registados em Victoria estavam ligados a três “redes de transmissão”.
    Estado vizinho de Nova Gales do Sul comunicou três novas infeções nas últimas 24 horas.
    número total de casos de Covid-19 na Austrália desde o início da pandemia é de 23.989, incluindo 450 mortes, numa população que atinge os 25 milhões de pessoas.
    A vacina da Astrazeneca 
    Nenhuma vacina contra o coronavírus que provoca a Covid-19 se mostrou ainda eficaz em ensaios clínicos, mas já foram encomendadas pelo menos 5,7 mil milhões de doses em todo o mundo.Cinco vacinas – três de países ocidentais, incluindo a “Oxford” e duas da China – estão na fase três dos testes, estando a ser aplicadas em milhares de pessoas.

    AstraZeneca também chegou a acordo com os Estados Unidos, a Europa e o Brasil, e o ministro da Saúde da Grécia manifestou a esperança de receber em dezembro as primeiras doses da vacina, na sequência de um acordo entre a União Europeia e a indústria farmacêutica.

    Comissão Europeia anunciou na sexta-feira ter chegado a acordo com o grupo farmacêutico para adquirir uma potencial vacina contra a Covid-19.

    A Comissão afirmou que, “assim que a vacina se revelar segura e eficaz”, comprará 300 milhões de doses, tendo ainda “opção de compra de mais 100 milhões para os Estados-membros”. (RTP, emissora pública de Portugal)