Robinho ganha novo lar no Zoológico de Goiânia
O presidente da Agência de Eventos, Turismo e Lazer (Agetul), Urias Junior, concedeu entrevista coletiva para mostrar a imprensa, nova morada para o urso Robinho.
O Zoológico aproveitou o período de exames anuais de saúde do animal para sedá-lo e transferi-lo para o novo ambiente.
Robinho tem 17 anos, nasceu no zoo de Goiânia, filho de Lucy, outra ursa parda.
Ela veio em 1983, morreu no ano passado com 42 anos, considerada uma das mais velhas do mundo, para uma espécie que costuma chegar aos 35.
O animal está curioso e se adaptando ao novo espaço que possui as mesmas características, porém com dimensões maiores.
A piscina tem 10 mil litros de água e possui uma mangueira para os banhos de Robinho. Ao lado tem um gramado com sombra para descanso, uma toca, espaço climatizado e rotas de fuga dos olhares dos visitantes.
Apesar de ainda não ter sido notificada formalmente, a Prefeitura de Goiânia irá recorrer da decisão do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) que determinou a transferência do urso para o santuário Rancho dos Gnomos em Joanópolis, São Paulo.
Na ação, o Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal acusou o Zoológico de maus-tratos, desconforto pelo local não ter clima muito frio, ambiente insalubre, quente, de dimensões pequenas e que não teria enriquecimento ambiental que pudesse diminuir o sofrimento do animal.
O presidente da Agetul, Urias Junior, explica que o Zoológico tem compromisso com bem-estar animal e que não procedem as denúncias.
“Aqui é um lugar que nunca está pronto, pois estamos sempre nos adaptando aos animais para levar qualidade de vida a eles. O Robinho é goianiense, goiano, acostumado aqui e talvez pela exposição nas redes sociais tenha despertado as atenções de outros locais. A mudança não melhoraria em nada a rotina dele, pois iria para outro recinto similar e só geraria estresse ao animal, que já se encontra na vida adulta. Portanto, mostraremos à justiça que não há nada de errado quanto ao tratamento oferecido”, destaca.
De acordo com o supervisor do Zoológico, Raphael Cupertino, as condições de saúde do Robinho são boas e foi feito um tratamento nos dentes para remoção de tártaros. “É um animal tranquilo, que interage bastante e está muito curioso, quando acordou da sedação e viu um espaço bem mais amplo”, ressalta.
Além dos veículos de comunicação, a Comissão de Esporte e Lazer da OAB-Goiás foi convidada a conhecer o novo lar do urso.
“Viemos averiguar e conhecer o espaço que visualmente atende bem mais do que é exigido pelas normas do IBAMA e tem características que tornam a vida do animal bem menos estressante, apesar dele não estar em seu habitat natural que seria no Canadá ou Rússia. Também é uma espécie que tem como característica viver solitária e de forma isolada, o que também aumenta a longevidade deles”, explica Bruno Toguchi, presidente da Comissão.
CORRELATA
Bem-estar dos animais é prioridade do Zoológico de Goiânia
Adequações em recintos, alimentação balanceada, medidas para minimizar o calor e monitoramento técnico diário são algumas das ações realizadas pela unidade de conservação
Uma das principais funções desempenhadas pelo Zoológico de Goiânia (Zoo Gyn) é oferecer qualidade de vida aos 475 animais que estão sob cuidados do parque. As ações dos técnicos e servidores da unidade garantem conforto aos bichos, que desfrutam de um bom nível de bem-estar no ambiente em que vivem. Para que todo esse trabalho tenha resultado e o estresse dos animais seja minimizado, constantes medidas são adotadas.
Um exemplo é a mudança na alimentação para que os animais enfrentem as altas temperaturas na capital goiana. Durante este período de calor intenso, é oferecida a tradicional alimentação complementada com picolés dos alimentos preferidos dos bichos, como de frutas para os primatas e de carne e sangue para as espécies carnívoras. “Aspersores de água foram instalados em diversos recintos para tentarmos minimizar a sensação térmica e umidificar o ambiente”, explica o supervisor geral do Zoológico, Raphael Cupertino.
O objetivo da iniciativa, conforme Cupertino, é oferecer aos animais um tratamento especial, levando em consideração que eles também sofrem com as altas temperaturas deste período do ano. “Por isso, a nossa atenção com os animais é redobrada”, revela o supervisor.
Com relação aos enriquecimentos alimentares e ambientais, ele explica que visam estimular a movimentação dos animais pelo recanto, para eles gastem calorias e se mantenham saudáveis. “Dentre os enriquecimentos ambientais, realizamos o sensorial, em que colocamos os animais em contato com cheiros diferentes, como erva doce, por exemplo”, ressalta Raphael Cupertino, que é médico veterinário. Ele lembra ainda que a alimentação dos animais é balanceada e que cada um recebe a quantidade de alimento de acordo com a sua espécie. Cupertino frisa que a unidade de conservação conta com dois técnicos responsáveis por fazerem as modificações necessárias nas dietas.
As adequações dos recintos também estão entre as iniciativas do Zoológico de Goiânia. “As ilhas dos macacos do primeiro lago, por exemplo, foram totalmente readequadas e ampliadas e o lago foi dragado com a retirada de toda lama”, informa o presidente da Agetul, Urias Junior. Segundo ele, a medida é para proporcionar mais qualidade de vida aos primatas.