ONU marca Dia Internacional em Memória do Tráfico de Escravos e sua Abolição

Publicado em 23.08.2020 às 12:59

Este 23 de agosto é o Dia Internacional em Memória do Tráfico de Escravos e sua Abolição.    

Em nota, a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, lembra que a data honra a memória de homens e mulheres que “se revoltaram em Santo Domingo abrindo caminho para o fim da escravidão e da desumanização”, em 1791.   

Papel crucial     

Foto: ONU/Rick Bajornas.A Arca do Retorno, o memorial permanente para honrar as vítimas da escravidão e do comércio transatlântico de escravos, na entrada da sede da ONU em Nova Iorque.

Foi naquela noite que a então ilha abrigou o movimento que “teria um papel crucial na abolição do tráfico transatlântico de escravos”.    

Com a revolta, o Haiti se tornou a primeira república governada por descendentes de africanos.    

Azoulay afirma que esse capítulo da história mundial deve servir de lição para  “desconstruir os mecanismos retóricos e pseudocientíficos” que viabilizaram o crime da escravatura e da escravidão.   

A chefe da Unesco ressalta que “a lucidez é o requisito fundamental para a reconciliação da memória e o combate a todas as formas análogas à escravidão atuais, que continuam afetando milhões de pessoas, especialmente mulheres e crianças”.  

Oportunidade  

A Unesco lembra os princípios do projeto intercultural  “A Rota dos Escravos” como uma oportunidade para uma reflexão coletiva sobre as causas históricas, os métodos e as consequências “dessa tragédia humana”.    

A agência quer também que sejam analisadas as interações entre África, Europa, Américas e Caribe.  

O Dia Internacional em Memória do Tráfico de Escravos e sua Abolição ocorreu pela primeira vez com eventos culturais e debates no Haiti, em 1998, e  na área de Goree no Senegal no ano seguinte.  

A França abriu as portas para  as celebrações em 2001.  

O Museu Têxtil de Mulhouse realizou uma oficina de tecidos chamados indiennes de traite, uma espécie de chita que servia de moeda no comércio de escravos nos Séculos 17 e 18.  Fernando Frazão/Agência BrasilO Cais do Valongo, principal porto de entrada de escravos nas Américas, é reconhecido como Patrimônio da Humanidade pela Unesco