• Covid-19: China autorizou uso de potencial vacina desde julho

    Publicado em 24.08.2020 às 07:31

    A China autorizou o uso de potenciais vacinas para a covid-19 em funcionários hospitalares, para “casos de emergência”, desde 22 de julho passado, revelou hoje um alto responsável da Comissão de Saúde do país.Em entrevista à televisão estatal CCTV, o diretor do Departamento de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Comissão de Saúde, Zheng Zhongwei, revelou que pessoal médico e funcionários das alfândegas foram vacinados.

    “Estes grupos foram escolhidos porque têm maior exposição ao novo coronavírus. A maioria dos casos que a China agora registra são importados, então as autoridades fronteiriças são um grupo de alto risco também”, justiçou.

    Zheng não detalhou quantas pessoas receberam injeções ou qual a vacina que foi administrada, entre aquelas que o país está a desenvolver.

    O mesmo responsável acrescentou que o programa de vacinação vai expandir-se para pessoas que trabalham nas indústrias dos transporte e serviços ou nos mercados de rua, para “criar uma barreira de imunidade”.

    Zheng indicou que “as vacinas chinesas serão acessíveis ao público”, assim que estiverem prontas e que o preço poderá ser “ainda mais baixo” do que o anunciado, na semana passada, por Liu Jingzhen, o presidente da estatal China National Biotec Group, que faz parte do grupo Sinopharm- Pharmaceutical.

    Liu disse que a vacina do grupo vai estar pronta “provavelmente em dezembro”, a um preço inferior a 1.000 yuan (121 euros), e que via começar a ser comercializada assim que for concluída a terceira fase de testes, nos Emirados Árabes Unidos.

    Outra das vacinas em desenvolvimento pelo país, a do Instituto Científico Militar e da biofarmacêutica chinesa CanSino Biologics, também está na terceira fase de testes, no Paquistão.

    Segundo o jornal oficial China Daily, a China tem cinco vacinas candidatas que já passaram, pelo menos, na segunda fase de testes.

    O período para uma vacina estar disponível para uso em massa é, por norma, de entre 12 a 18 meses, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

    Pequim acelerou o processo devido à emergência de saúde pública e tem permitido que algumas das fases de teste sejam realizadas em simultâneo.

    A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 805 mil mortos e infectou mais de 23 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.(RTP, emissora pública de Portugal)