Covid-19: Hospitais de Madrid já enfrentam segunda onda da pandemia

Publicado em 9.09.2020 às 07:47

Os especialistas acreditam que Espanha já está a enfrentar uma segunda onda da Covid-19 e os efeitos já se fazem sentir nos hospitais de Madrid. O número de infectados voltou a disparar desde agosto e, em menos de três semanas, os internamentos duplicaram na capital espanhola. As autoridades dizem, no entanto, que a situação está “controlada”.A comunidade autônoma de Madrid continua a ser a que mais infecções registra diariamente, em toda a Espanha. E nos hospitais, embora ainda não estejam perto de atingir os seus limites, já se faz sentir a nova vaga da pandemia.
O número de internamentos de doentes infectados pelo novo coronavírus disparou, algumas cirurgias e tratamentos foram novamente suspensos e alguns doentes já tiveram de ser transferidos para outros hospitais da comunidade para não haver sobrecarga de pacientes em determinado hospital, avança o El País.
As autoridades da comunidade garantem que a evolução da covid-19 e a situação dos hospitais está “controlada”, mas não negam que já se sente pressão nos serviços de saúde da região. Na terça-feira, o Ministério da Saúde espanhol contabilizou 2.139 pacientes internados em enfermarias 275 em unidades de cuidados intensivos na Comunidade de Madrid.
A capital espanhola está a tentar evitar o colapso dos hospitais, ainda numa fase precoce da nova onda da pandemia. Mas alguns profissionais de saúde descrevem a situação como “muito delicada”.

A 20 de agosto, 9,4 por cento dos pacientes internados nos hospitais de Madrid eram doentes covid-19. Na terça-feira, os dados revelaram que já passaram para os 19 por cento.

A situação ainda é “muito controlável”, explicou ao jornal espanhol Manuel de Castro, da Associação de Médicos e Licenciados de Madrid. Mas nos hospitais mais pressionados já foi preciso suspender operações não urgentes para não comprometer as unidades de cuidados intensivos.
Além disso, já começaram a ser transferidos alguns doentes entre hospitais da comunidade para evitar o colapso.
“Entre hospitais, as transferências estão a ocorrer em tempo útil, porque há uma pressão assimétrica”, explicou o ministro adjunto da Saúde, Antonio Zapatero, numa conferência na terça-feira.
“Madrid fará o que for preciso“, continuou Zapatero, garantindo que a situação dos hospitais está “controlada”. 

“Isso não significa que estejamos calmos”, frisou ainda. “Mas agora são internadas todas as pessoas com pneumonia, o que não acontecia antes, e cerca de 50 por cento dos pacientes das unidades de cuidados intensivos não são intubados, o que significa que a permanência é menor”, destacou.(RTP, emissora pública de Portugal)