• Cientistas britânicos testam vacinas que podem ser inaladas e não injetadas

    Publicado em 14.09.2020 às 13:20

    Cientistas britânicos iniciaram um estudo com duas vacinas experimentais contra o vírus que provoca a covid-19, admitindo-se a hipótese que possam funcionar melhor quando inaladas por pessoas em vez de injetadas.

    Em comunicado, investigadores do Imperial College de Londres e da Universidade de Oxford revelaram que o ensaio, envolvendo 30 pessoas, vai testar vacinas desenvolvidas por ambas as instituições e em que os participantes inalam as gotas nas suas bocas, tendo como alvo direto os seus sistemas respiratórios.

    Outros estudos das vacinas do Imperial Colege e da Universidade de Oxford já estão em curso, mas este visa verificar se as vacinas podem ser mais eficazes caso sejam inaladas.

    “Temos evidências de que a administração de vacinas contra a gripe por meio de um ‘spray’ nasal pode proteger as pessoas contra a gripe e também ajudar a reduzir a transmissão da doença”, declarou Chris Chiu, do Imperial College, que está a liderar a pesquisa.

    O mesmo responsável sugeriu que esse também pode ser o caso a utilizar contra o coronavírus.

    “É fundamental explorarmos se o direcionamento direto às vias aéreas pode fornecer uma resposta eficaz em comparação com uma vacina injetada no músculo”, disse Chris Chiu.

    O estudo está a recrutar participantes com idades entre os 18 e os 55 anos e pretende começar a vacinar pessoas em Londres nas próximas semanas.

    Estudos científicos anteriores demonstraram que as vacinas administradas por inalação requerem doses menores do que as injetáveis, o que pode ajudar a rentabilizar os recursos limitados.

    “Pode muito bem ser que um grupo tenha a vacina certa, mas o método de administração errado, e apenas testes como este poderão esclarecer isso”, disse Robin Shattock, que conduz o desenvolvimento da vacina do Imperial College.

    A vacina desenvolvida pelo Imperial College utiliza cadeias sintéticas de código genético baseado no vírus. Uma vez injetadas no músculo, as células do próprio corpo são instruídas a fazer cópias de uma “proteína espinhosa” no coronavírus.

    Espera-se que, desta forma, acione uma resposta imunológica para que o corpo possa lutar contra qualquer futura infecção por covid-19.(RTP, emissora pública de Portugal)